Diferente de 2020, quando a maioria das famílias não se reuniu para a Ceia de Natal, o ano de 2021 traz outra perspectiva com boa parte da população já com as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Ao mesmo tempo que nos causa emoção saber que vamos rever amigos e parentes depois de tanto tempo, há também uma preocupação com os itens alimentícios que desfrutaremos nos dias 24 e 25 de dezembro.
Então, veremos nesse texto as tendências para um ano de alta nos preços, os produtos que devem ser mais consumidos e o impacto do dólar nas festividades de fim de ano.
Aproveite a leitura!
Produtos até 27% mais caros
Como vocês percebem nas compras, produtos como, por exemplo, carnes de frango e bovina, ovos, pães, bacalhau e vinhos fazem parte da lista de produtos relacionados à data festiva que registraram um grande aumento de preços no período de um ano.
Segundo um levantamento do economista Matheus Peçanha, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), a inflação desses itens no acumulado de 12 meses vai até a faixa dos 27%.
Ainda de acordo com Peçanha, o frango inteiro é o item da ceia de Natal que mais subiu. O item disparou 27,34%, seguido pelo aumento dos ovos (20,05%).
Para o economista, o forte avanço dos preços retrata uma combinação de fatores, que vão desde a demanda aquecida no mercado internacional por proteína animal até a pressão de custos para os produtores no campo.
Rações, por exemplo, fazem parte dos insumos usados na criação de frangos e na produção de ovos. Durante a pandemia, o item foi pressionado pela valorização da soja e do milho no mercado internacional.
Itens da Ceia de Natal
Outra instituição que pesquisou os valores dos itens de supermercado foi a Universidade de Taubaté. O estudo incluiu panetone, peru, tender, chester, uva passas e nozes.
Em suma, no ano 2020, para comprar esses seis alimentos o consumidor gastava em média R$186,95. Neste ano, o custo para comprar os mesmos produtos é de R$211,43. Uma alta de 13,09%, valor acima da inflação acumulada no período, que foi de 10,75%, conforme mostra a tabela:
Item | 2020
(R$) |
2021
(R$) |
Aumento de
(R$) |
Panetone 500gr. | 18,58 | 20,30 | 1,27 (9,26%) |
Peru kg | 21,75 | 25,71 | 3,96 (18,71%) |
Tender kg | 50,20 | 54,62 | 4,42 (8,80%) |
Chester kg | 20,19 | 26,91 | 6,72 (33,28%) |
Uva passas kg | 32,58 | 36,87 | 4,29 (13,17%) |
Nozes kg | 43,65 | 47,02 | 3,37 (13,09%) |
Mais suíno na mesa da ceia de Natal
Em contrapartida à alta dos preços da proteína bovina e do frango, o valor do pernil suíno caiu 1,27%, e o do lombo subiu “apenas” 4,36% no período.
Por isso, os números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que o porco vem ganhando mais espaço na mesa do brasileiro. Segundo a entidade, a produção brasileira deverá alcançar até 4,7 milhões de toneladas, volume 6% superior ao registrado em igual período de 2020, com 4,436 milhões de toneladas.
Caso essa projeção seja confirmada, haverá um novo recorde de produção para a suinocultura nacional.
Ainda na linha das substituições, o bacalhau norueguês, que é comum ser degustado no Natal em muitos estados, parece ter ganhado um rival legitimamente brasileiro: o pirarucu. Em entrevista para o Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, a dona da Peixaria Divina Providência, Manuela Ornelas, começou a dar dicas na internet de como preparar o peixe nativo da Amazônia, que sai por R$60,00 o quilo. Já o bacalhau está com o preço de
R$140,00 o quilo.
Vendedores pressionados
Não são apenas os consumidores que sentem no bolso a alta dos preços para a Ceia de Natal, os donos de estabelecimentos comerciais também têm feito um grande esforço para conseguirem oferecer melhores valores e não verem um decréscimo acentuado em suas vendas.
O presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiróz, declarou em entrevista ao jornal Valor Econômico que o cenário para o Natal é de preços pressionados.
Queiróz afirma que nós precisamos entender que muitos produtos, como bacalhau e vinhos, são importados e sofrem com o impacto da alta do dólar, por isso teremos um Natal de preços pressionados”, diz o dirigente.
Apesar da previsão não muito otimista para 2021, o presidente da Asserj diz que “para o ano que vem, se espera uma estabilização dos preços ou até uma baixa”. Ele completa dizendo que “a inflação não é boa para ninguém, porque os donos de supermercado vivem de vender em volume, e não de vender caro, logo cada centavo faz diferença”.
Orgânicos com espaço na ceia de Natal
Como já lemos aqui no blog, os produtos orgânicos vieram para ficar no cardápio de muitas famílias brasileiras e também serão presença garantida no Natal.
Lançada em 2020, a Ave Fiesta orgânica da Seara estará novamente nas prateleiras dos supermercados. A ave tem certificados de criação livre de gaiolas, ração orgânica e até um QR Code que permite ao consumidor rastrear toda sua trajetória, do campo até a mesa.
Outro produto típico de Natal que já possui a sua versão orgânica é o Panetone. As marcas Alvorada e Secalle oferecem pão doce de origem italiana com zero leite e um mix de frutas.
Na descrição do produto da Alvorada consta que ele é produzido com dedicação e carinho, resgatando a origem afetiva e artesanal. As frutas orgânicas são cristalizadas na padaria da empresa especialmente para a receita e o açúcar e a baunilha são obtidos a partir da fava fresca, sem aromatizantes ou aditivos.
Desejamos um Feliz Natal!
Por fim, após um ano de superações, nós do Gepea gostaríamos de desejar um Feliz Natal para todos os nossos leitores e que 2022 seja um ano repleto de sucesso e novos projetos. Gostou do conteúdo? Entre em contato conosco, estamos sempre à disposição para ajudar, conversar e trocar experiências.