A crescente busca por alimentos saudáveis e sustentáveis, e ainda, alternativas para restrições alimentares como intolerância à lactose e glúten.
“Um produto é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo”*.
*Kotler e Keller.
O que podemos concluir com isso?
Que o sucesso de um produto ou serviço depende diretamente da satisfação do consumidor em relação à ele.
A decisão de compra dos consumidores é baseada em motivadores. Tais como:
No campo de alimentos, e de uma forma geral, podemos dividi-los em motivações tradicionais: preço, sabor e conveniência. E, recentemente, novos motivadores: saúde e bem-estar, impacto social, experiência com o produto e transparência.*
Mas afinal de contas o que o novo consumidor procura?
Praticidade e conveniência, nessa onda de alimentos saudáveis e sustentáveis. Buscando sempre empresas que demonstram preocupação com o meio ambiente e transparência em seus produtos. Assim como, alimentos com valor nutricional significativo e que contenham possíveis benefícios à saúde.
Há ainda consumidores que apresentam restrições de saúde. Podendo ser relacionado a deficiências no metabolismo, como: intolerância a determinados produtos e alergias.
Nestes casos, os produtos são bem específicos e direcionados, onde o desafio é substituir ingredientes mantendo a qualidade sensorial, garantindo um alimento seguro e saboroso.
A inovação no setor de alimentos
Neste contexto, é fundamental estar sempre se atualizando para acompanhar a demanda destes novos consumidores. Está sempre surgindo diversos campos de atuação, novos nichos de mercado e focos. Podemos citar, por exemplo:
- Produtos fit;
- Produtos prontos ou semiprontos para consumo;
- Desenvolvimento de novas embalagens biodegradáveis;
- Produtos sem açúcar, sem glúten, sem lactose, sem alergênicos;
- Produção de produtos com diferentes valores nutricionais de acordo com a faixa etária (crianças e idosos).
Entre esses produtos, dois setores que vêm ganhando espaço no mercado recentemente são os produtos sem glúten e sem lactose.
Por quê?
SEM GLÚTEN
A doença celíaca é resultado da incapacidade de alguns indivíduos em digerir a gliadina (proteína do glúten), o que causa danos nas vilosidades do intestino.
Não há cura e a dieta precisa ser livre de produtos que contenham glúten, como: trigo, cevada, aveia, centeio e derivados destes cereais.
O glúten é responsável pela elasticidade e extensibilidade da massa de pães, bolos e biscoitos. Assim, os produtos desenvolvidos nesse setor precisam contar com inovações tecnológicas ou uso de outros ingredientes, aditivos e melhorados, para obter uma massa com características de textura desejadas.
Embora não se tenha evidências concretas de que a dieta sem glúten auxilia no emagrecimento, alguns indivíduos capazes de digeri-lo normalmente também estão optando por consumir produtos livre de glúten.
SEM LACTOSE
Já no caso da lactose, principal açúcar encontrado no leite, a intolerância é resultado de deficiência da enzima β-galactosidase, responsável pela digestão do açúcar. Sem a enzima, a lactose não pode ser quebrada e absorvida, o que causa irritações no intestino, dores, gases, diarréia e desconforto.
Uma alternativa são os produtos tratados com a enzima lactase, que quebra a lactose antes da ingestão, assim seus componentes podem ser absorvidos diretamente pelo intestino. Outra opção é o consumo de leites vegetais (de soja, arroz, quinoa, amendoim, amêndoas, castanha de caju e coco). O que permite que o leite não precise ser totalmente retirado da dieta.
Existem diversas possibilidades de desenvolvimento e inovação no setor de alimentos, para atender aos mais variados públicos, necessidades e novas demandas que surgem de forma constante e dinâmica. Para isso, é fundamental definir em qual segmento se deseja trabalhar e investir em melhorias, novos produtos e processos, uma vez que o acompanhamento das tendências de mercado e do comportamento do consumidor é capaz de mostrar uma brecha para identificar as novas oportunidades para seu negócio.