Quem nunca pagou mais caro por um mesmo produto, porém com uma embalagem totalmente diferenciada?
Seja de uma nova linha de sucos, uma água saborizada, um cereal. As empresas alimentícias utilizam de vários artifícios para influenciar consumidores e alavancar as vendas.
Na maioria dos casos, a imagem que as embalagens passam é tão forte, que o produto em si é um mero detalhe perto do poder que as embalagens têm sobre decisão de compra. Assim, é fundamental atentar-se a embalagem ao se desenvolver um novo produto no mercado, uma vez que ela será a primeira impressão que o consumidor terá ao entrar em contato com o seu produto. E como o ditado popular fala, “a primeira impressão é sempre a que fica” e é ela que vai determinar a preferência pelo seu produto em comparação aos concorrentes nas prateleiras dos supermercados.
Ainda não ficou convencido? Então veja abaixo, as principais razões do por que investir em uma embalagem adequada é essencial para quem está interessado em inserir um produto no mercado.
1) Aumento do ticket-médio
A embalagem é um dos elementos do mercado alimentício que mais agregam valor ao produto. Esse conceito surge da ideia, que atualmente muitos consumidores associam a embalagem com a qualidade do produto. Isto é, optam por pagar mais caro devido a praticidade e estética que ela proporciona.
Um exemplo clássico disso são os leites de caixinha em relação aos leites de sacos. Ambos possuem o mesmo conteúdo , até em questões nutricionais. Entretanto o primeiro oferece a praticidade de abrir/fechar e armazenar o leite na própria embalagem; enquanto, o outro, após aberto não permite o armazenamento e é difícil de despejar o conteúdo sem espirrar.
2) Posicionamento de marca
A embalagem é um excelente local para divulgar a marca e contar um pouquinho da história da empresa. Ao relatar sobre a história, os valores da companhia e as ações que ela apoia. Isso gera dois efeitos muito importantes para o Marketing: a identificação dos consumidores com a marca e a seleção natural de um público que acredita nas mesmas crenças que a sua empresa e compartilha de um mesmo sonho. Esse é o início de um processo de relacionamento com o cliente e ao final uma possível fidelização.
Um exemplo de marca que usa muito esse conceito em suas embalagens é a Empresa do Sucos do Bem.
3) Diferenciação
Além do produto em si, a embalagem é a forma mais visual que permite a diferenciação do seu produto em relação aos concorrentes. E são as diferenças de design, praticidade e comodidade que levam os consumidores a optarem pelo seu produto em detrimento dos demais.
Não é a toa que as grandes empresas alimentícias investem muito dinheiro em pesquisas relacionada a entender os consumidores e os seus interesses, justamente para criar produtos e embalagens que facilitem o dia- a-dia de pessoas que estão em um mundo com constante mudança.
Um exemplo bacana é da embalagem dinamarquesa que permite fazer o café na própria embalagem.
4) Customização/Exclusividade
É um fato que os consumidores buscam cada vez mais a exclusividade e produtos customizados.
Sabendo disso, as indústrias utilizam e abusam desse conceito para alavancar as vendas. Isso pode ser elucidado por meio das edições limitadas realizadas para datas festivas, como Natal por exemplo, ou em eventos, tal como o Rock in Rio.
Um exemplo dessa concepção são as embalagens personalizadas com o nome das pessoas da Coca-cola.
5) Fidelização de clientes
Como já foi abordado no tópico de posicionamento de marca, a embalagem é uma ótima ferramenta para garantir a fidelização do cliente, seja por meio da identificação do cliente com a marca ou por meio do uso de call to action (chamadas de capturas do cliente) na própria embalagem. Tal tática pode ser vista em embalagens de salgadinhos por exemplo, no qual, eles apresentam os novos sabores do salgadinho na própria embalagem. Ou até mesmo na linha personalizada da coca para as olimpíadas que ao comprar um refrigerante troca por uma mini garrafinha personalizada. Essas estratégias são bastantes eficazes e permitem alimentar o ciclo de consumo.
Agora que você sabe o por quê deve se investir na embalagem, e como utilizar-se de maneira mais prática das ações de marketing no mercado para aumentar as vendas, é necessário atentar-se ao processo de desenvolvimento da embalagem.
Afinal de contas, como é feita a escolha da embalagem ideal para o seu produto? E quais fatores devem ser levados em consideração ao fazer seu protótipo?
Um dos maiores problemas que podem ocorrer no desenvolvimento de uma embalagem para produto alimentício é considerar a embalagem como um fator isolado do alimento. O desenvolvimento da embalagem deve ser feito sempre partindo do alimento que nela está inserido, sendo o produto e a embalagem vistos como uma unidade.
A embalagem precisa ser física e quimicamente compatível com o produto e com o ambiente no qual estará inserida. Assim, sempre deve-se olhar para as características próprias do alimento, como:
– atividade de água ( indicador que mede a disponibilidade de água livre para o crescimento de microrganismos) composição centesimal;
– pH;
– e microrganismos presentes naturalmente no produto, para que sejam definidas as principais barreiras que a embalagem precisa ter, a fim de proteger o produto.
Por exemplo, caso se desenvolva um alimento em pó, com facilidade de agregar água, deve-se realizar análises para determinar a quantidade de gordura do produto, para determinação do potencial de ocorrência oxidação do mesmo, além de se trabalhar com um material de embalagem que possua resistência à passagem de vapor de água. Caso haja alto potencial de oxidação, deve-se trabalhar com uma embalagem que também proteja contra exposição à luz, visto que este é um dos fatores que acelera a oxidação.
As proteções da embalagem também devem levar em conta os fatores do ambiente a que será exposta, como umidade, temperatura e composição gasosa, que podem facilitar ou retrair o crescimento microbiano no alimento.
A principal função de uma embalagem é conter e proteger o produto em seu interior, funcionando como um invólucro. Todavia, ao pensar em uma embalagem outros fatores devem ser considerados, tal qual:
– o custo do material e do maquinário para produção da embalagem;
– o tamanho e peso do produto;
– a facilidade de transporte e logística;
– bem como fatores ambientais, relacionados a biodegradabilidade e sustentabilidade dos materiais;
– busca cada vez maior por conveniência e praticidade, por parte dos consumidores;
Outra função primordial das embalagens, além de ser chamativa e induzir a venda, é informar o consumidor sobre o uso, forma de preparo e composição nutricional do produto, além de trazer informações referentes à empresa produtora, como, por exemplo, nome, endereço, telefone de contato e CNPJ.