Os impactos do COVID-19 no setor de alimentação

Os impactos do COVID-19 no setor de alimentação estão diretamente relacionados com os hábitos das pessoas.

Com um número maior de cidadãos em casa e diversos estabelecimentos tendo que mudar a rotina de trabalho e a forma de entrega, o setor alimentício está ao lado do varejo como os dois mais atingidos pela crise sanitária que estamos vivendo hoje.

Vamos conversar sobre essas questões em detalhes e apresentar números para dar um panorama geral de como o setor será afetado. Além de apontar possíveis saídas para a crise, ou formas de amenizar a situação.

Como vivemos um período conturbado não podemos prometer que este será um artigo recheado de boas notícias – e desconfie de quem prometer um assim.

Contudo, serão dados e informações relevantes que podem ser usadas para amparar as suas decisões no futuro. Muito bem, vamos começar. Aproveite a leitura e fique em segurança!

Como o setor de alimentação é impactado pela ansiedade das pessoas?

Infelizmente, há muitos motivos para as pessoas se preocuparem neste período.

São questões com a própria saúde o bem estar dos entes queridos, a indiscutível crise mundial, a situação econômica particular e do país, enfim, os impactos do COVID-19 na vida das pessoas.

Nosso intuito hoje é trazer esta discussão para o setor de alimentação e fazer prognósticos do que pode acontecer.

Preocupar-se, por si só, gera ansiedade. E um dos sintomas de uma pessoa ansiosa é transferir as preocupações para os hábitos alimentares. Algo que acontece especialmente durante períodos ociosos como é o caso de muitos durante o confinamento.

Uma pesquisa elaborada pelo Opnion Box mostrou que 43% dos questionados afirmaram estarem comendo mais. Certamente os dados estão relacionados ao humor dos entrevistados. Perceba: 49% afirmam que estão entediados e 48% sentem que estão mais ansiosos.

Por outro lado, o tempo em casa trouxe novos hábitos. 1/3 dos entrevistados começaram a cozinhar desde o início do confinamento.

Este é um excelente hábito, pois ocupa o cidadão com uma atividade que traz bem-estar emocional e ainda ajuda na reeducação dos hábitos alimentares.

Todo bom nutricionista dirá que os hábitos alimentares são como os hábitos de consumo (compras). Se você tomar nota de todos os seus gastos ao longo do mês perceberá as compras fúteis e vai economizar no mês seguinte.

O mesmo vale para a alimentação, uma vez que você assume o controle do que ingere dificilmente vai cair no erro de continuar se alimentando de maneira incorreta.

Que tal falarmos sobre sustentabilidade? Leia o nosso artigo “Projetos Sustentáveis: sua empresa deve investir neles?

Como o comportamento de compra de alimentos está se transformando?

As medidas de distanciamento social trouxeram dúvidas sobre como funcionam os supermercados, gerando preocupação logo que começaram as medidas de confinamento.

Nos casos mais extremos houve pânico com medo do desabastecimento (talvez reavivando memórias da chamada Greve dos Caminhoneiros) o que levou à uma corrida aos supermercados.

Outro grande impacto no cotidiano das pessoas surgiu quando, algumas capitais brasileiras, impuseram o fechamento de restaurantes, lanchonetes e bares.

Neste cenário os supermercados se transformaram em pontos de grande circulação de pessoas e até repositório obrigatório de diversos outros itens que os cidadãos buscavam em outros lugares.

Sem o bar da esquina o supermercado é responsável por prover a bebida e sem a lanchonete o supermercado também se transforma no fornecedor de alimentos rápidos para o momento.

Ou seja, fazendo com que os estabelecimentos ficassem com a “ameaça” de lotarem, trazendo a segunda grande mudança nos hábitos de consumo das pessoas.

Com medo de frequentar um lugar cheio, as pessoas adotaram os serviços de entrega como principal fonte de alimentação (e em alguns casos até a única).

Prova da completa confiança de uma clientela nos aplicativos, ou nos bares, lanchonetes e restaurantes que transferiram as operações físicas para a entrega à domicílio.

Quais são as categorias de serviços no setor de alimentação que mais foram impactadas?

Bem agora vamos falar sobre análise de mercado. Você já deve ter percebido que o COVID-19, a doença causada pelo coronavírus, modificou os hábitos alimentares das pessoas em três frentes importantes:

  • Quanto cada pessoa está consumindo diariamente; 
  • A qualidade dessa alimentação: como a comida agora é fornecida pelos supermercados a tendência é que as pessoas façam a própria comida, aumentando a qualidade como um todo;
  • O responsável pela alimentação diária: como o estudo apontou, apesar dos níveis de ansiedade e do aumento do consumo, as pessoas agora estão comprando diretamente dos supermercados (falaremos disso adiante). Um profissional que antes faria um lanche no fast-food no horário de almoço da empresa, hoje come em casa e com isso sua alimentação tem chance de ser melhor.

Neste cenário, as categorias de serviço avaliadas pela pesquisa apontam que o delivery de supermercados teve crescimento de 25% desde o início da pandemia.

Tem mais, 34% dos entrevistados também disseram que já eram usuários dos serviços, mas aumentaram a frequência das chamadas.

Entretanto, deliverys de restaurantes apresentou crescimento líquido de apenas 4%. A explicação é simples, houve uma troca de usuários:

  • 26% das pessoas afirmaram usar mais o delivery de lanchonetes, principalmente fast-food, contudo;
  • 24% dos entrevistados afirmaram que estão usando menos ou abandonaram o fast-food como um todo, trocando pela alimentação preparada em casa.

O que podemos tirar em relação aos impactos do COVID-19 no setor de alimentação?

Há diversos fatores para considerar dentro destes resultados, mas o mais importante é ter em mente que as pessoas estão preocupadas com a situação financeira. Veja:

  • 60% acreditam que a renda diminua nos próximos meses; 
  • 47% têm a preocupação que com o aumento da demanda os supermercados fiquem cada vez mais caros, fazendo os gastos mensais aumentarem;

E claro: existe uma preocupação fortíssima com higienização dos alimentos. Por alguma razão os entrevistados confiam mais nos alimentos enviados pelos supermercados, do que nos alimentos preparados em lanchonetes.

Leia em seguida “Alimentação vegetariana: é o mercado do futuro?

A transformação do setor de alimentação nos hábitos das pessoas

Existe um efeito cíclico que funciona quase como uma bola de neve: os hábitos das pessoas foram modificados em decorrência das normas e medidas de proteção.

Esses novos hábitos estão reconfigurando o mercado e transformando as opções de alimentação, que em consequência acabam transformando e solidificando novos hábitos nos consumidores. Ou seja, é um efeito que se retroalimenta e perdura.

O que dizer aos profissionais do setor de alimentação durante este período? Bem, os dados trazem insights bem claros sobre a situação do consumidor hoje:

  • As pessoas estão com a tendência de consumir mais, mas há restrições;
  • Elas buscam economizar dinheiro, preferindo preparar a própria comida;
  • Buscam estocar alimentos, quando possível, com medo de um desabastecimento; 
  • Elas buscam locais que se preocupem com a higienização e com as normas de prevenção fornecidas pelos órgãos responsáveis;
  • Querem atendimento rápido e certeiro, para permanecer o menor tempo possível em uma loja física.

E você, o que tem feito para atrair os clientes e quais as medidas considera fundamentais neste momento de crise?

Quer saber mais sobre o mercado do setor de alimentação? Aproveite e entre em contato conosco, estamos disponíveis para conversar e trocar experiências.

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