Cervejas Artesanais: mercado pós-pandemia

Goste ou não, a cerveja é uma das bebidas que simbolizam o povo brasileiro. Hoje, somos o terceiro maior produtor do mundo em volume e a cerveja está presente em diversas ocasiões, desde um churrasco de domingo até casamentos. Mas você já percebeu como a variedade de marcas aumentou e como as cervejas artesanais estão cada vez mais presentes?

 

Mas antes de explicarmos o que são cervejas artesanais, vamos fazer um breve resumo do que é a cerveja.

 

​Cerveja na história

 

A cerveja é uma bebida fermentada baseada na obtenção do álcool pela fermentação de amido transformado em açúcar, normalmente vindo do malte de grãos como cevada, trigo e centeio. Embora alguns fabricantes se utilizem de cereais não maltados, como o milho, na composição dos seus produtos.

 

Pesquisadores dizem que a cerveja surgiu na Suméria há mais de 8.000 anos. E assim diversos povos continuaram produzindo a bebida, cada um da sua maneira, conforme os ingredientes e a tecnologia da época. Através dos anos, isso gerou diversos tipos de cervejas denominados de estilos, ou seja, as diferentes cervejas que nós bebemos até hoje.

 

Entre centenas de estilos de cervejas, um se tornou mais popular: a cerveja Pilsen. Sendo criada em 1842, na cidade de Pilsen, na República Tcheca – daí a origem do nome.

 

Então, após a segunda guerra Mundial, surgiu uma adaptação desse estilo que era fácil de ser produzida em massa, com baixo custo e grande aceitação popular: a American Lager. Hoje em dia, esse tipo de cerveja representa mais de 90% do consumo mundial.

 

​As cervejas artesanais

 

Apesar do domínio da American Lager, dezenas de outros estilos de cerveja continuam sendo apreciados pelo mundo e aqui no Brasil. Principalmente nos últimos 10 anos, estilos menos convencionais se tornaram muito populares nos copos e taças dos consumidores.

 

E são esses estilos menos convencionais que costumam ser chamados de “cervejas artesanais”, mas elas também são conhecidas como “especiais”, “Premium” ou “gourmet“. Essas bebidas primam a variedade de cores, aromas e gosto.

 

Assim como vinho, essas cervejas harmonizam com os mais diversos pratos. Além disso, outra característica das cervejas artesanais é a produção em menores quantidades, muitas vezes por empresas familiares, que atendem principalmente a região local. Isso fortalece a economia onde elas estão instaladas e gera empregos.

 

​Cervejas Artesanais no mercado

 

Para o produtor de cerveja artesanal ter destaque no mercado, é necessário compreender que seu objetivo não é a produção em larga escala. Seu diferencial será produzir em pequenas quantidades, por meio de um processo de fermentação mais lento, contudo com alta qualidade e com uma seleção cuidadosa de ingredientes.

 

Além dos tradicionais ingredientes utilizados na produção de cerveja, como água, malte e lúpulo; a cervejaria artesanal recebe muito bem outros elementos, como ervas aromáticas, frutas, raízes, condimentos, plantas, flores, madeiras, açúcares e sementes, a fim de mudar o aroma, cor e sabor, criando um produto único.

 

Essa combinação resulta na produção de diversos estilos de cervejas, com sabores e aromas peculiares, ou seja, um produto único com alto valor agregado.

 

Uma marca que desde o início da sua criação trabalhou muito bem esse conceito foi a Colorado, de Ribeirão Preto. Ela trouxe para o mercado brasileiro estilos de cerveja não tão comuns e com um “toque” de Brasil.

 

Podemos destacar aqui três rótulos que se tornaram muito populares: a Índica, uma cerveja do estilo India Pale Ale, que contém rapadura na sua fórmula; a Cauim, do tipo Pilsen, que leva mandioca na sua receita; e a Orgânica, uma Fruit Beer que leva a fruta cambuci na sua composição.

 

Exemplo de vários tipos de cervejas artesanais da marca Colorado

 

 

​Número de cervejarias

 

Segundo o anuário da cerveja de 2020, último publicado pelo ministério da agricultura pecuária e abastecimento (Mapa), existem 1383 cervejarias registradas no Brasil, esse número é 14,4% maior do que o registrado no ano de 2019.

 

Entre os dados que podemos destacar do último documento é que pela primeira vez, após a abertura da primeira fábrica desse produto no Acre, todos os estados têm pelo menos uma cervejaria em seu território.

 

Outra questão que vale ressaltar é que as regiões Sul e Sudeste continuam sendo as que concentram o maior número de cervejarias. Elas apresentam cerca de 85,6% do total de empreendimentos deste tipo registrados no ministério da agricultura.

 

Apesar do sul do país se destacar na produção, o anuário mostra que foi o estado do Piauí que obteve o maior crescimento de cervejarias (200%), seguido da Paraíba, que apresentou uma alta de 60%. No caso dos municípios, o maior crescimento foi em Ribeirão Preto (SP), com aumento de 50%, e na cidade de São Paulo (44%).

 

Ao todo, o Mapa concedeu 8.459 novos registros de produtos para cerveja em 2020. O número, no entanto, representa uma queda de 15% na comparação com 2019. Segundo a pasta, é a primeira vez que isso ocorre.

 

De acordo com o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa, Carlos Vitor Müller, muitos desses lançamentos de novos produtos foram impactados pela pandemia, pelas restrições de consumo e restrições econômicas de forma geral. “Com um menor número de lançamentos, se faz um menor número de registros de produtos também”, explica Müller.

 

​Conclusão

 

Apesar de o Mapa ter mencionado um menor número de registro de produtos para cerveja no seu último anuário, as perspectivas para o setor são otimistas. As vendas da bebida no país cresceram 5,3% em 2020, na comparação com 2019, na contramão da economia e do mercado global, segundo levantamento da Euromonitor.

 

Com as restrições de funcionamento de bares e o medo de contágio da Covid-19, o consumo migrou para dentro de casa e o volume total de vendas no país atingiu um nível que não era visto há anos, de acordo com dados de empresas que monitoram o mercado.

 

Ainda de acordo com a Euromonitor, o volume de vendas de cerveja no Brasil em 2020 foi o maior dos últimos 6 anos, atingindo 13,3 bilhões de litros, perdendo só para 2014, ano em que o país sediou a Copa do Mundo.

 

Já dados da Kantar revelam que o consumo nas residências bateu um recorde. O percentual de brasileiros com mais de 18 anos que bebeu cerveja dentro de casa saltou para 68,6% em 2020, ante 64,6% em 2019.

 

Assim, 2022, que será um ano de Copa do Mundo e retomada das atividades econômicas, pode ser ideal para você desenvolver sua cerveja artesanal ou  melhorar sua formulação. Nós do GEPEA estamos aptos para te ajudar e, para isso, basta entrar em contato. Também recomendamos a leitura do nosso blog sobre rotulagem, caso você já tenha um produto próximo de ser lançado.

 

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