Como o mercado de alimentos e o consumidor estão se adaptando com a crise?

O que aconteceu com aquele restaurante que você gostava? E aquele lugar que você fazia o almoço durante o trabalho?

Aqui, vamos analisar, juntos, o que está acontecendo no FoodService durante este período e as projeções para o futuro deste mercado.

Aproveite a leitura!

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Qual o impacto do FoodService na cadeia de alimentos?

Pesquisas recentes dizem que 80% do faturamento do setor de Food Service –  restaurantes, cafés, bares, pizzarias, etc –  caiu entre os meses de maio e abril. E boa parte das 1.3 milhões de empresas e 6 milhões de empregos estão comprometidos.

Com as mudanças causadas pela quarentena, esse setor foi um dos mais impactados. Ele  representava 34% do gasto com alimentos da população brasileira, chegando a um valor de mercado de R$430 bilhões de Reais.

Mesmo com o crescimento do delivery, o setor sofre um impacto nunca antes imaginado. 

Diversas iniciativas foram desenvolvidas para tentar reduzir esse impacto. Uma delas, o Sancathon, organizado por alunos da USP São Carlos em parceria com o setor de FoodService da Cargill e diversos outros parceiros, demonstrou a fragilidade do setor alimentício. Vê-se como um Hackathon pode ajudar de forma colaborativa a trazer novas ideias e inovações para esse segmento da cadeia.

Dentre os vencedores, anunciados no dia  13 de Maio, uma das ideia era conseguir extrair mais informações de tendência de consumo deste setor que é altamente pulverizado (1.3 milhões de empresas) e pouco tecnológico através de inteligência artificial e análise de dados. 

As empresas dos setores participantes, como a Fipan, elogiaram a proposta e confirmaram que o setor tem muita pouca informação e inteligência de consumo pouco desenvolvida.

A reabertura do mercado

Tendo em mente o contexto e os textos apresentados,  foi possível perceber que a chegada do COVID-19, evidenciou o quão frágeis são as cadeias de produção. Dessa forma, iniciativas em todo o mundo visam restabelecer o setor de restaurantes através dos mais diversos modelos. 

Na Holanda, por exemplo,  com a reabertura da economia, foram criadas estufas nas partes externas de alguns restaurantes. Cada estufa conta com  uma mesa dentro, para que os clientes não mantenham contato.

No Brasil o cenário é semelhante: alguns restaurantes já estão organizando formas de  terem cardápios digitais e algumas proteções acrílicas para modelos como self service e até mesmo entre as mesas do salão.

Todas essas iniciativas tomadas por restaurante são necessárias porque a relação desses estabelecimentos ainda é de medo e desconfiança devido à situação atual.

Cadeia de suprimentos exposta

Em uma ponta da cadeia os supermercados ficam cheios durante a quarentena e abasteceram os lares das pessoas sem apresentar para o público o quanto frágil é a sua cadeia de suprimentos. 

Do outro lado, empresas que atendiam apenas o foodservice ficaram sem receitas. Produtores rurais e distribuidores são exemplos disso. Uma enorme parte da produção de alimentos era consumida nos restaurantes e com a mudança de consumo para os mercados, os fornecedores dessa cadeia não conseguiram se adaptar e vender para esses consumidores.

Toda essa fraqueza agora exposta deixa algumas dúvidas de como construímos a produção de alimentos durante os últimos anos. Para ter preços baixos, criamos grandes fábricas que hoje dominam boa parte do mercado. Com essa distribuição ficou praticamente impossível mudar rapidamente e redirecionar os alimentos normalmente vendidos à granel aos restaurantes para pontos de vendas como os supermercados.

Confira também:Fluxograma de produção: qual a importância dele para sua empresa

Outras alternativas?

Os sistemas alimentares locais mostram-se resistentes. As pessoas estão aprendendo a cozinhar em casa e com a extensão da quarentena (alguns lugares não vão voltar para os escritórios). Dessa forma a indústria começa a pensar em uma descentralização da produção e como tornar a produção mais direcionada a uma cultura ou região determinada.

O crescimento da categoria de alimentos à base de vegetais para substituir proteína animal começou de forma mais forte nas grandes redes de alimentação fora do lar. Nos EUA, algumas dessas empresas atendiam apenas esse segmento do mercado, e agora, as novas tendências  devem trazer muitas mudanças para as opções de alimentos dentro de casa.

Os restaurantes tinham acesso a linhas de produtos que facilitam a produção de alimentos. Esse segmento deve ter um bom impacto nas ideias que a indústria deve ter para atendê-los no futuro. Talvez com menos clientes os restaurantes também comecem a olhar o cliente com uma especialidade. Vender uma comida local e para um gosto cultural específico. 

O consumo de álcool também foi alterado, já que ele era muito maior fora de casa. E com as restrições esse mercado foi fortemente impactado. Como vamos adaptar isso aos cardápios e bares? Quanto tempo as pessoas irão evitar frequentar lugares cheios? Como ficará o consumo do que um dia foi normal ser fora de casa e hoje precisa ser dentro dela? mas também deve iniciar um pensamento de como as pessoas vão consumir as bebidas em casa.

Esse será um grande aprendizado para a indústria de alimentos, bebidas e o Food Service.


Fim da série

Esse foi o último texto da série ““Adaptações que o mercado perante a crise do COVID-19” do mês de maio, estaremos de olho e voltamos com mais informações, no próximo mês, de como o mercado vai adaptar ao “novo normal”.

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