Conservantes em alimentos: vilões ou mocinhos?

Conservantes em alimentos é um tópico polêmico há muitos anos! Há quem despreze o seu uso, assim como há quem defenda com unhas e dentes.

Isso pode gerar confusão nos consumidores, que não sabem mais em que marca ou produto confiar. Além disso, muitas empresas também podem se sentir pressionadas em diminuir ou eliminar o uso de conservantes em seus produtos.

Mas afinal, quem é que carrega a razão nessa história? É sobre isso que vamos falar neste blogpost! Então prepare-se para entender um pouco mais sobre a polêmica e tenha uma boa leitura!

O que são conservantes alimentícios?

conservante em alimentos
conservantes em alimentos
mulher olhando o rótulo de um produto alimentício
vida útil

De maneira geral, os conservantes de alimentos são substâncias (químicas ou naturais, como você verá mais adiante) adicionadas aos alimentos com o objetivo prolongar sua vida útil.

O seu uso na indústria é crucial para garantir que o alimento “sobreviva” tempo suficiente na prateleira e também na mesa do consumidor.

Dessa forma, os conservantes revolucionaram a forma como nos alimentamos, permitindo um estoque prolongado de produtos alimentícios ao diminuir a necessidade de buscar novos alimentos, além de diminuir perdas.

Quais são os tipos de conservantes?

Existem várias maneiras de conservar um alimento. Alguns dos métodos mais utilizados pela indústria, incluem:

  1. Inibição do crescimento microbiano: Eles evitam o crescimento de bactérias, leveduras e fungos que causam a deterioração dos alimentos, tornando-os impróprios para o consumo;
  2. Redução da atividade de água: Alguns conservantes diminuem a quantidade de água disponível para os microrganismos, tornando o ambiente menos propício para seu desenvolvimento;
  3. Inibição de enzimas: Alguns conservantes inibem as enzimas naturais nos alimentos que podem causar alterações indesejadas, como o escurecimento ou a perda de textura;
  4. Prevenção da oxidação: Esse método protege os alimentos contra a oxidação, que pode causar ranço, alteração de sabor e perda de valor nutricional;
  5. Manutenção do pH: Alguns conservantes ajudam a manter o pH ácido dos alimentos, inibindo o crescimento microbiano.

Leia também: Métodos de Conservação de Alimentos: tudo o que você precisa saber

Principais conservantes utilizados em alimentos

Agora que você já sabe um pouco mais sobre conservantes alimentícios, que tal descobrir quais são os mais utilizados pela indústria? Vem com a gente!

Naturais

Dentre os conservantes de alimentos naturais mais utilizados pela indústria, nós podemos citar:

  1. Extrato de Alecrim:
    • Obtido do alecrim.
    • Age como antioxidante, impedindo a oxidação de óleos e gorduras.
    • Usado em produtos que requerem estabilidade lipídica, como óleos e alimentos fritos.
  2. Ácido Ascórbico (Vitamina C):
    • Encontrado em frutas cítricas.
    • Funciona como antioxidante, evitando a oxidação em produtos à base de frutas.
    • Usado em sucos, geleias e produtos de panificação.
  3. Ácido Lático:
    • Naturalmente presente em produtos fermentados, como iogurte.
    • Age como conservante e regulador de acidez.
    • Usado em produtos lácteos, picles e produtos de panificação.
  4. Ácido Cítrico:
    • Encontrado em frutas cítricas, como limões e laranjas.
    • Atua como acidulante e antioxidante.
    • Utilizado em bebidas, produtos enlatados e produtos de panificação.
  5. Cloreto de Sódio (Sal):
    • Comum na natureza e obtido principalmente da água do mar.
    • Age como conservante ao reduzir a atividade de água nos alimentos.
    • Usado em carnes curadas, peixes salgados e muitos alimentos processados.

Leia também: Conservantes naturais: vantagens e desvantagens da utilização

Sintéticos

Dentre os conservantes sintéticos mais utilizados pela indústria, nós podemos citar:

  1. Benzoato de Sódio:
    • Sintetizado a partir do ácido benzoico.
    • Atua como conservante, inibindo o crescimento de bactérias, leveduras e fungos.
    • Usado em bebidas carbonatadas, molhos, conservas e produtos ácidos.
  2. Nitrato e Nitrito de Sódio:
    • Derivados sintéticos do nitrogênio.
    • Preservam a cor e inibem o crescimento de bactérias, especialmente em carnes processadas.
    • Comuns em carnes curadas, como bacon e salsichas.
  3. Ácido Sórbico:
    • Fabricado a partir do ácido acético.
    • Age como conservante antimicrobiano.
    • Usado em produtos de panificação, queijos e alimentos à base de frutas.
  4. Butil-hidroxianisol (BHA) e Butil-hidroxitolueno (BHT):
    • São compostos sintéticos relacionados.
    • Funcionam como antioxidantes, prolongando a vida útil dos alimentos.
    • Encontrados em cereais, produtos de panificação, batatas fritas e óleos vegetais.
  5. Sorbato de Potássio:
    • Derivado do ácido sórbico.
    • Age como conservante contra o crescimento de leveduras e fungos.
    • Usado em produtos lácteos, alimentos à base de frutas e bebidas.

Os conservantes fazem mal à saúde?

Ao contrário do senso comum, os conservantes não são aditivos que obrigatoriamente vão fazer mal à sua saúde apenas por estarem presentes em um produto alimentício.

A sua função, como você pôde ver ao decorrer deste blogpost, é aumentar a vida útil do alimento. Isso gera maior praticidade e valor agregado ao produto, além de garantir segurança alimentar.

Contudo, é verdade que, para garantir esses benefícios, alguns pontos devem ser observados e estudados por profissionais qualificados. Alguns deles, são:

  1. Dosagem Adequada: Os conservantes devem ser usados em quantidades apropriadas de acordo com as regulamentações específicas.
  2. Formação de Compostos Indesejados: Em algumas circunstâncias, a interação entre conservantes e outros componentes dos alimentos pode levar à formação de compostos indesejados, como nitrosaminas, que podem ser prejudiciais à saúde. Assim, a participação de profissionais capacitados para lidar com interação de componentes é essencial.
  3. Impacto Nutricional: Alguns conservantes podem afetar o valor nutricional dos alimentos. Por exemplo, o ácido ascórbico (vitamina C) é frequentemente usado como conservante, mas o excesso pode interferir na absorção de minerais, como o ferro. Assim, pode ser válido pensar no enriquecimento do alimento.

O que diz a legislação

A ANVISA é muito clara na Resolução RDC nº 778/2023 sobre o uso de aditivos em alimentos. Na Resolução, há uma lista de aditivos permitidos, bem como a quantidade limite para o seu uso, incluindo conservantes.

Além disso, existem outras normas importantes para as indústrias ficarem atentas quanto ao uso de aditivos alimentares, como:

  • Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ): Cada tipo de alimento possui um RTIQ específico que estabelece os padrões de identidade e qualidade, incluindo os conservantes permitidos.
  • Declaração no Rótulo: A indústria alimentícia é obrigada a listar os ingredientes dos alimentos, incluindo os conservantes, nos rótulos dos produtos. Isso permite que os consumidores estejam cientes do que estão consumindo.
  • Avaliação de Segurança: Antes de serem aprovados para uso, os conservantes passam por uma avaliação rigorosa de segurança, que inclui estudos toxicológicos e de segurança alimentar.
  • Codex Alimentarius: É um conjunto de normas internacionais de alimentos estabelecido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Codex define padrões globais para alimentos, incluindo o uso de aditivos, como conservantes.

Conclusão

Em suma, você não precisa ficar preocupado com o uso de conservantes em alimentos, nem enquanto consumidor, nem enquanto produtor.

Na verdade, o uso desses aditivos são úteis para garantir que o alimento dure mais, evitando o crescimento de bactérias maléficas e fungos antes da data de validade.

Por outro lado, não se esqueça de consumir alimentos de empresas confiáveis, que seguem as normas sobre o uso de aditivos em alimentos e investem em bons profissionais em sua produção.

Gostou do assunto? Então não deixe de conferir os nossos outros blogposts! Nos vemos por lá!

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