Doenças transmitidas por alimentos: tudo o que você precisa saber

Em uma boa linha de produção de alimentos é sempre necessário atenção para as Doenças Transmitidas por Alimentos, também chamadas pela sigla DTA, porém é possível que uma pessoa seja contaminada por ingerir um produto sem procedência, fora da validade ou contaminado durante a sua manipulação.

Então, nesse texto vamos falar sobre as principais DTA, os sintomas, como evitar a contaminação e como agir, caso apresente algum sintoma. Esse tema também é fundamental para qualquer empresa do setor alimentício que deseja ter uma linha de produção livre de contaminações.

Sintomas

Antes de mais nada, as doenças transmitidas por alimentos contaminados causam principalmente sintomas como vômitos, diarreia, inchaço abdominal, dor de cabeça, febre, alteração da visão, olhos inchados, dentre outros. Mas também podem variar de acordo com o microrganismo que se desenvolve no alimento.

Quando um alimento in natura está estragado, nós conseguimos identificar facilmente, por ele apresentar cor, cheiro ou sabor alterados. Contudo, alimentos industrializados nem sempre apresentam essas alterações devido à presença de componentes que ajudam a aumentar o período de validade desses produtos. Por isso, é importante estar atento aos prazos de validade e não consumir alimentos vencidos.

Para adultos saudáveis a maioria das DTA dura alguns dias e não deixa sequelas, mas para pessoas mais suscetíveis, como crianças, idosos, gestantes e com comorbidades, as consequências podem ser mais graves e inclusive levar à morte.

Além disso algumas Doenças Transmitidas por Alimentos são mais severas, apresentando complicações graves até para pessoas sadias.

Ou seja, para evitar ou reduzir os riscos de DTA, medidas preventivas e de controle, incluindo as boas práticas de higiene, devem ser adotadas na cadeia produtiva, nos serviços de alimentação, nas unidades de comercialização de alimentos e nos domicílios.

DTA mais comuns

Existem mais de 250 tipos de doenças transmitidas por alimentos no mundo, a grande parte causada por bactérias (e suas toxinas), vírus e parasitas – que ingerimos em comidas mal higienizadas, mal cozidas ou que são contaminadas após estarem prontas, devido à falta de refrigeração adequada ou cuidados básicos de higiene.

No Brasil, temos a vigilância epidemiológica de surtos de DTA e não de casos individuais, com exceção da cólera, febre tifoide e botulismo.

Essa vigilância teve início em 1999 e há registro médio de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes. No Brasil, as Salmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus cereus são as principais causadoras de doenças.

Entre as mais comuns estão:

  • Salmonelose;
  • Infecção por Escherichia coli;
  • Contaminação por Bacillus cereus;
  • Intoxicação por Staphylococcus aureus;
  • Botulismo;
  • Cólera;
  • Amebíase;
  • Toxoplasmose.

Salmonelose

Em primeiro lugar, a salmonelose é uma das doenças mais conhecidas quando falamos em alimentos contaminados, a infecção se dá pela ingestão da bactéria Salmonella, presente em alimentos mal cozidos geralmente provenientes de animais criados em fazendas.

Isso inclui carnes de vaca, porco, frango, ovos, leite e queijo, por exemplo. Além disso, alimentos, como maionese, armazenados em temperaturas muito altas, por exemplo, também podem favorecer a proliferação dessa bactéria.

ovos brancos e marrons
Ovos crus e mal cozidos ou conservados de forma errada podem causar salmonelose.

Infecção por Escherichia coli

Considerada uma das mais comuns no Brasil, a infecção provocada pela bactéria Escherichia coli acontece por meio do contato com alimentos contaminados por essa bactéria. Isso acontece por meio do consumo de alimentos mal cozidos, como carne mal passada ou salada, ou preparados com poucos cuidados de higiene.

Contaminação por Bacillus cereus

Esse microrganismo pode ser identificado em produtos agrícolas e de origem animal. Assim, as principais fontes de contaminação por Bacillus cereus acontecem através do consumo de leite não pasteurizado, carne crua, além de verduras e legumes frescos ou cozidos e armazenados em temperaturas pouco adequadas.

Intoxicação por Staphylococcus aureus

Considerada comum no Brasil, a infecção pelo Staphylococcus aureus ocorre principalmente via embutidos como salsichas e linguiças, ou seja, alimentos com muito sódio, que favorecem a proliferação desse microrganismo.

Entretanto, essa bactéria não é uma estranha ao corpo, porque ela geralmente está presente na nossa pele e na mucosa, sem provocar danos. O problema é quando ela entra em contato com o sistema gastrointestinal, pois sua toxina provoca uma inflamação na mucosa, causando náusea, vômito e diarreia.

alimentos frios ultraprocessados
Embutidos sem procedência podem causar doença.

Botulismo

Atualmente, o botulismo é considerada uma DTA rara. A toxina das bactérias Clostridium botulinum e Clostridium pa-rabotulinum causam a infecção, encontradas facilmente em alimentos em conserva; no mel, em queijos e em carnes curadas de forma artesanal. Assim, o grande perigo da doença é que a toxina produzida pela bactéria ataca o sistema nervoso e se não tratada rapidamente, há risco de morte.

Cólera

A toxina da bactéria Vibrio cholerae, geralmente encontrada em ambiente aquático, causa a cólera. O consumo de mariscos, peixes e algas mal cozidas, além da ingestão de água não tratada podem causar a doença.

Amebíase

O consumo de alimentos contaminados pode gerar a doença amebíase, causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. A infecção pode acontecer por meio da ingestão de cistos desse protozoário presente em água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas contaminadas. Por isso, é mais comum de se manifestar em lugares onde as condições de higiene são precárias.

Toxoplasmose

Por fim, a toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos do parasita Toxoplasma gondii. Essa DTA é muito temida pelas grávidas, porque pode causar problemas de saúde ao bebê.

Como evitar a contaminação

Enfim, é fundamental que você entenda que somente com a utilização de uma rigorosa metodologia que garanta a higiene e o controle na produção é possível obter alimentos que não ofereçam perigo à saúde dos consumidores.

As medidas de controle sugeridas pelo grupo de análise de risco da OMS incluem o controle de matérias-primas usadas na fabricação das fórmulas, o controle sanitário das fábricas de alimentos para diminuir a prevalência de bactérias no ambiente de produção e ao redor.

Por fim, se você deseja conhecer melhor as boas práticas de manipulação de alimentos, acesse o nosso texto no blog sobre o tema. Também estamos à disposição para parcerias e estudos, basta fazer contato.

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