Gordura Trans: entenda a nova legislação

A Anvisa baniu a gordura trans dos alimentos industrializados, saiba quais são as mudanças que a nova medida traz para o mercado e como garantir que os produtos da sua empresa estejam regulamentados.

O ingrediente também é conhecido como “gordura vegetal hidrogenada” e terá a sua redução gradual a partir de 2021. Vale lembrar que essa gordura é usada para melhorar aparência e a validade dos produtos.

O impacto no mercado será enorme e convém conhecer em detalhes as implicações da nova lei e como garantir que a sua empresa esteja sempre dentro das regulamentações.

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O que pode e o que não pode quando falamos sobre gordura trans?

A primeira coisa que precisa ser mencionada é que a lei não se aplica aos óleos refinados: Óleos de soja e de canola, assim como os ácidos graxos trans, todas essas substâncias não serão banidas.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou no dia 17 de dezembro de 2019, em decisão unânime, a resolução que determina a eliminação da gordura trans nos alimentos industrializados. Mas as empresas terão um prazo para a adaptação.

Ficou determinado que as empresas deverão iniciar o processo de redução em suas receitas e composições a partir de 2021. O prazo final para o banimento da substância ficou para 2023.

Qual é a função da gordura trans?

Conhecida também como gordura vegetal hidrogenada. Ela é muito usada para melhorar o aspecto e também aumentar o prazo de validade dos alimentos industrializados.

A formação dela se dá pelo uso do hidrogênio para transformar os óleos vegetais líquidos, como o óleo de soja, em gordura sólida. Na composição, quanto maior o uso de hidrogênio, mais consistente será o resultado. 

A gordura trans também surge por meio do aquecimento de óleos – na fritura doméstica ou industrial. Quando os óleos líquidos são processos em altas temperaturas por longos períodos de tempo.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), eliminar esse elemento em escala global pode evitar 500 mil mortes por ano. Segundo dados da OMS, ela eleva o colesterol ruim e aumenta o risco de infarto e AVC.

A gordura trans está presente em:

  • Bolachas salgadas, bolachas doces, alguns tipos de chocolates e outros alimentos assados; 
  • Pipoca de micro-ondas;
  • Pizzas e salgados – especialmente os congelados;
  • Margarina em barra (e na manteiga vegetal);
  • Cremes para café.

A eliminação terá que ser feita em etapas

A diretoria colegiada do órgão decidiu que o processo será feito em duas etapas:

  • A primeira será chamada de etapa de adequação. Nela a indústria alimentícia terá o limite de até 2% de gorduras trans sobre a quantidade total de gorduras do alimento produzido. Essa mudança deverá ocorrer até 1 de julho de 2021;
  • A segunda etapa é a da eliminação de ácidos graxos, os quais se transformam em gorduras trans, da composição de produtos. Essa deverá ocorrer até o primeiro dia de janeiro de 2023.

Até o momento, ainda não há uma definição da quantidade máxima de gordura trans permitida pela agência. Contudo, quando as taxas máximas entrarem em vigor os produtos importados também terão de seguir essas regras.

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Quais são os óleos que terão gordura trans mesmo após a eliminação?

As mudanças não são totais, por exemplo: os óleos refinados, como os de soja e canola, e os ácidos graxos trans não serão banidos. A organização estabeleceu um limite para estes produtos.

É preciso ressaltar que os óleos vegetais passam por altas temperaturas no processo de refinamento, o que produz uma gordura não proposital. Eliminar 100% a gordura trans de tais óleos, nesse sentido, é impossível.

O que vai mudar para o consumidor?

Até o dia 1° de julho de 2021, todos os óleos vegetais presentes em supermercados deverão ter o limite máximo de 2% de gordura trans.

O principal objetivo da Anvisa é reduzir a ingestão a menos de 1% do Valor Energético Total (VET). Esse valor é indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Seria uma diminuição de mais de 50% na ingestão da substância.

Estima-se que os jovens hoje (entre 15 e 25 anos) tenham uma ingestão de 2% dessa substância no valor energético total dos seus alimentos.

A Gerente Geral da Anvisa, Thalita Lima, explica: “Dependendo do recorte populacional que você faz, essa quantidade é bem mais alta. A gente tem grupos mais vulneráveis na população. Como a gordura trans tem um preço mais barato que os substitutos, as populações mais vulneráveis, que têm menor poder aquisitivo, acabam sendo mais expostas a esses alimentos com maior teor.”

É possível zerar o consumo de gordura trans?

A gordura trans obtida em processos industriais é feita com a adição de hidrogênio em óleos vegetais líquidos. Obtendo daí a substância sólida. E o mercado tornou-se dependente dessa substância para muitas soluções, por exemplo:

  • Com ela é possível deixar um alimento crocante;
  • Dar textura; 
  • Aumentar o prazo de validade para bolachas, pipoca de micro-ondas, pratos de comida congelada, massas instantâneas e alguns tipos chocolates.

Mas nem toda gordura trans é produzida por meio dessa injeção de hidrogênio. Os ácidos graxos se tornam gorduras trans quando passam por processos de aquecimento. Essa gordura mais “natural” terá seus valores diminuídos, mas não eliminados.

Há também a gordura trans inteiramente natural, presente nas carnes de bois, carneiros e outros animais.

Quais são os maiores vilões da gordura trans

Você vai descobrir ao longo do artigo que muitos alimentos possuem gordura trans naturalmente, sobretudo as carnes oriundas de animais ruminantes, como é o caso dos bovinos.

Contudo, algo que precisa ficar bem claro na sua mente é que a gordura trans processada, criada artificialmente com o intuito de modificar a constituição dos alimentos, deve ser abandonada completamente após o prazo de 2023.

E quais são os alimentos onde essa gordura mais aparece? Separamos uma lista para você:

  • Bolachas e biscoitos
  • Comida congelada
  • Iogurtes
  • Chocolates

Portanto, após o prazo estipulado será o fim da gordura hidrogenada para todos esses alimentos mencionados e alguns outros. 

Há um risco de desenvolver de doenças?

Sim, essa é a primeira preocupação dos responsáveis pela nova lei. Dados da Organização Mundial da Saúde dizem que o consumo de gordura trans acima de 1% do Valor Energético Total aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

Sobretudo aquelas que atingem os vasos do coração. Pois ela aumenta os níveis de colesterol ruim (LDL) e diminui o colesterol bom (HDL).

Para a OMS, ao menos 5 bilhões de pessoas no mundo correm risco de desenvolver doenças relacionadas ao consumo da substância em questão.

E você, o que pensa sobre o assunto?

Seja você profissional do setor alimentício ou então um especialista com dedicação em outra área, você certamente consome alimentos que têm certos níveis dessa substância.

Mas o que você pensa a respeito? Como a alimentação e essas mudanças podem impactar a sua vida e o seu trabalho?

Agora que você ficou sabendo mais sobre o papel da gordura trans, entre em contato conosco. Nós podemos te auxiliar a alimentar fortemente o seu negócio, por exemplo, eliminando a gordura trans de seus produtos.

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