A busca por uma alimentação saudável tem ganhado força nos últimos anos. Dados do Ministério da Saúde de 2024 apontam um aumento de 40% no consumo de alimentos naturais e minimamente processados nos últimos cinco anos, refletindo uma maior conscientização sobre os impactos da alimentação na qualidade de vida.
No entanto, isso não fez com que os consumidores deixassem de buscar prazer na hora de comer. Nesse contexto, aparece como tendência um novo tipo de consumo: a indulgência permissiva, unindo o desejo por alimentos gostosos somados à necessidade de alimentar-se de forma mais saudável.
Como a Indulgência Permissiva afeta o comportamento dos consumidores
Essa prática é conhecida popularmente pela frase ‘’eu mereço!’’, geralmente após uma conquista ou superação. Ela é seguida de uma recompensa, podendo ser um ”docinho”, fast food ou, até mesmo, aquela comfort food que remete a bons momentos.
Diante desse contexto, as empresas do setor de alimentos precisam utilizar dessas oportunidades para elaborar produtos que alcancem esse público. Isso significar buscar soluções que equilibrem sabor e apelo emocional, tendo posicionamentos que dialoguem com um estilo de vida mais consciente.
Segundo o report de tendências feito em 2023 pela empresa de consultoria em food service Galunion, a indulgência permissiva traduz-se no foodservice de diversas formas, tais como:
- Produtos com ingredientes considerados superalimentos ou alimentos funcionais, ou seja, com compostos que auxiliam na prevenção e/ou tratamento de doenças;
- Porções reduzidas, a fim de trazer menos culpa ao consumir comidas com valor calórico elevado;
- Produtos com redução de calorias, auxiliando também nesse redução do sentimento de culpa além de atingir o público que segue dietas de redução de peso;
- Alimentos ‘’reais’’ ou Clean Label, com uso reduzido de ingredientes artificiais e aditivos alimentares.
É importante frisar que o aspecto principal dentro da indulgência permissiva é a atenção prioritária ao sabor e demais quesitos organolépticos do produto. Isso porque o cliente o enxergará como uma recompensa, algo especial e que será apreciado, não apenas consumido.
Exemplos de cases de sucesso que já estão adotando a narrativa da Indulgência Permissiva
Já possuem marcas no mercado utilizando dessa tendência para chamar a atenção de clientes.
Um exemplo bem marcante é o sorvete, produto com apelo emocional bem significante, tanto para consolo em dias tristes quanto para aproveitar uma linda tarde de verão. A marca Lowko adaptou suas receitas e seu marketing para se encaixarem como um produto indulgente e viável de consumo. Ademais, ela deixa bem evidente em seus potes quantas calorias cada produto possui, apostando em vender alimentos saborosos e com baixas calorias.
Os salgados também estão presentes nessa tendencia, como mostra a marca Nuu Alimentos. Ela é especializada em snacks congelados industrializados, como pães de queijo, pizza e produtos a base de tapioca, com receituários que levam pouquíssimos ingredientes e, em grande maioria, naturais. Além disso, seu diferencial é deixar esse apelo em evidência no design de embalagens.
Outro exemplo é a Yamo, que aposta em snacks saudáveis doces e salgados com grande apelo gastronômico, deixando bem evidente as propriedades nutricionais em posição de destaque nas embalagens.
Por fim, outro case de sucesso é a empresa nacional Bold ,que se encaixa perfeitamente no contexto de indulgência permissiva. A empresa aposta em barrinhas proteicas com diversos sabores e buscam usar sobremesas conhecidas (cookie, brownie, banoffee, etc) como referência para seus produtos. Porém, não deixam de carregar o discursos de serem ricas em proteínas e com baixos teores de açúcares, ou seja, um prazer justificado.
Conclusão
Assim, compreender e incorporar esses conceitos no seu negócio de alimentos pode ser a chave para alavancar suas vendas. Essa é uma ótima oportunidade para inovar o portfólio de produtos a fim de atender as expectativas de um produto cada vez mais consciente e exigente. Ademais, investir nessa tendência é mais do que apenas uma estratégia de marketing, mas também uma resposta às novas demandas do mercado. Por isso, analisar a viabilidade de adaptar ou expandir seu catálogo com opções que reflitam essa dualidade pode posicionar a sua marca à frente da concorrência e mais próxima do consumidor.
