Produção de alimentos: como calcular os custos e o preço de venda

Quem se insere no ramo de produção de alimentos sem conhecer os custos reais da empresa corre o risco de ser apenas mais um número nas estatísticas de empresas sem sucesso.

 

No início, é fundamental que, antes de mais nada, seja feito um estudo de mercado, de visibilidade e um cálculo de custo de venda dos produtos em questão.

Ou seja, uma avaliação para determinar se é um negócio viável, que terá condições de se manter.

Neste post, você entenderá melhor quais aspectos deve considerar para fazer um cálculo correto da sua produção de alimentos. Vamos lá?

Qual o custo da sua produção de alimentos?

Estar atento ao controle de custos de uma produção de alimentos é uma das condições básicas e fundamentais para a sobrevivência do seu estabelecimento, principalmente em tempos de crise econômica.

Na indústria, três principais fatores deverão ser constantemente monitorados:

Mão de obra

Depois de determinada a quantidade de pessoas necessárias na área de produção, deve-se estabelecer a função correta de cada uma delas, ou seja, quais atividades vão exercer, onde e quando.

Isso tem muita importância, pois, se planejado de forma errada, podem ser criadas “brechas”, fazendo com que alguns trabalhem mais que outros, resultando em funcionários com baixo desempenho.

Os funcionários precisam ser bem capacitados, pois uma produção de alimentos deve contar com colaboradores que entendam a importância da higiene e do cuidado no local de trabalho.

Fazer esse controle rígido colabora com custos, uma vez que contratar mão de obra hoje em dia é um grande investimento devido aos encargos sobre os salários de funcionários.

Equipamentos

Os equipamentos precisam estar sempre muito bem calibrados, ou seja, com a manutenção em dia.

Essa manutenção precisa ser feita regularmente, evitando que pequenos problemas passem despercebidos ou que causem um defeito maior, provocando até a perda da máquina e levando a um prejuízo pior.

Então inclua sempre na planilha de custo o valor dessa calibração.

Matérias-primas e estoques

As matérias-primas são uma das bases do cálculo de custo, afinal, é a partir dela que sua produção vai tomar forma.

Além disso, o estoque também é um item que varia de acordo com o tipo de produção, já que pode ser necessário um espaço maior, com controle de temperatura, maior número de caixas, e por aí vai.

Como calcular o preço do seu produto?

Primeiramente, vamos entender melhor alguns termos importantes. Veja abaixo!

  • Custos fixos: são gastos que não variam de acordo com o volume de produção. Para ter esses números nos preços dos produtos, é preciso calcular o Custo Fixo Unitário – CFU, que consiste em quanto cada item vai contribuir para cobrir o valor total. 

Esse valor é obtido a partir do custo fixo total dividido pela quantidade de produtos produzidos mensalmente. Para fazer esse cálculo, devem ser levados em conta as despesas fixas, como salário dos funcionários, contas de água, luz e telefone, aluguel, material de limpeza, contador, gasto com combustível etc.

  • Custos Variáveis de Produção – CVP: são gastos que oscilam de acordo com o volume de produtos fabricados, como as matérias-primas e as embalagens.
  • Custos Variáveis de Venda – CVV: são impostos, taxas, comissões e contribuições que incidem sobre a venda. Eles são calculados a partir da soma de todos os percentuais de comissões, impostos e taxas, como ICMS, PIS, COFINS, contribuição social e Imposto de Renda.
  • Margem de lucro: é basicamente o dinheiro que deve sobrar após o pagamento de todos os custos e despesas. Ou seja, quanto a empresa deseja obter de lucro. Para isso, devem ser levados em consideração o valor e a demanda do produto no mercado, por exemplo. Lembrando também que o lucro é definido em porcentagem.
  • Custos diretos: gastos que estão diretamente relacionados ao produto ou serviço.
  • Custos indiretos: gastos que são incorporados ao produto ou serviço.

Sabendo disso, o primeiro passo, então, é calcular o total dos Custos Variáveis de Produção, depois os gastos fixos e o custo fixo unitário.

Em seguida, deve-se determinar o custo variável de venda, somando todos os percentuais de comissões, impostos e taxas, como ICMS, PIS, COFINS, contribuição social e Imposto de Renda. 

Para finalmente formular seu cálculo, é necessário também ter um valor para a margem de lucro, que é o dinheiro que sobra depois de pagar todos os custos e despesas.

Com esses valores em mãos, basta aplicar a seguinte fórmula:

PV =           CVP + CFU

            __________________

            1 – (CVV + lucro)/100)

Com base nesse resultado, você terá a resposta para o quanto vale seu produto final.

O cálculo é bem simples, o que é demorado nesse processo é reunir todas as informações e os dados necessários para chegar ao valor final de cada item da fórmula.

Por isso, o ideal é organizar as informações de maneira clara e objetiva e em um só lugar para evitar confusões.

A tecnologia é uma boa aliada nesses momentos. Utilizando softwares do mercado que são de grande ajuda, ou mesmo obtendo o auxílio de uma consultoria, esse processo pode ser otimizado.

Estratégias de preço

Como pudemos perceber até aqui, os custos de todas as atividades da empresa são determinantes para formar o preço de venda dos produtos. 

Assim, conhecer a fundo cada um deles e, principalmente, entender a função deles no cálculo total é fundamental para a indústria.

Os problemas que surgem relacionados aos preços podem ser identificados por meio de alguns sinais que atuam como indicadores, como queda do faturamento a cada mês, perda de clientes para concorrentes em função dos preços, necessidade de conceder descontos com frequência e baixa produtividade

Esses são alguns aspectos para os quais os gestores devem voltar a atenção de maneira constante.

Com base nisso, podemos ver que uma estratégia de preço e de ofertas é também fundamental para a dinâmica de vendas.

Pensando assim, criar um produto de alto padrão, por exemplo, é uma possibilidade. Mas isso significa cobrar um valor mais alto do que os gastos, acima inclusive dos concorrentes.

Entretanto, essa é uma tarefa que exige conquistar clientes. Eles precisam ter certeza de que seu produto oferece uma qualidade diferenciada e com a qual vale a pena gastar um pouco mais do que o normal.

Uma opção para isso é a marca chegar no mercado de produção de alimentos com uma margem de lucro e um preço menor do que o desejado para conseguir conquistar os clientes, permitir que eles conheçam a qualidade e se acostumem com ela. 

Só depois, quando eles já percebem o valor de qualidade agregado e já estão fidelizados, é mais fácil ir aumentando aos poucos o preço até chegar no nível desejado.

Para isso, é importante também investir em um bom controle de qualidade, a fim de que o nível do produto seja sempre o mesmo. Afinal, pagar mais caro por algo com qualidade inferior ao que estava acostumado é algo que mancha a imagem de qualquer empresa.

Essas foram algumas dicas para ajudar você que está entrando no mercado de produção de alimentos. Como vimos, esse processo é muito importante e envolve muita pesquisa, compromisso e dedicação.

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