Mitos e verdades sobre a produção de alimentos

Na era do terrorismo alimentar, assim como da demonização de alguns ingredientes que sempre foram considerados base da pirâmide alimentar, é muito difícil, realmente, distinguir o que são mitos ou verdades na produção de alimentos.

As informações são tantas (ainda que muitas se baseiem em achismos ou “pseudociência”) que ficar confuso (a) nesse cenário é não só comum, como até que bem esperado.

Pensando nisso, decidimos trazer ao longo deste artigo os 8 principais mitos e verdades relacionados à produção de alimentos. Confira!

1. Carne malpassada é carne sangrando

Mito.

Muitos indivíduos afirmam que não gostam da carne malpassada – ou sequer já experimentaram ela nessa versão. Isso porque as pessoas pensam que aquele líquido vermelho que escorre ao cortar a carne é sangue. Na verdade, a tonalidade avermelhada da carne ocorre devido à alta concentração de mioglobina e depende também do estado de oxidação ou oxigenação da superfície muscular da peça.

Mas como assim?

A mioglobina é uma proteína natural daquela cor e responsável pelo transporte de oxigênio para as células musculares do boi. Ao expor a carne ao calor, essa proteína perde sua tonalidade, passando do vermelho para o marrom conhecido das carnes bem passadas, mas a ela continua lá.

2. Iogurte Danoninho é, na verdade, um queijo?

Isso mesmo!

O daninho é um “petit suisse”, ou seja, um queijo fresco. Seu aspecto pastoso é natural, visto que a sua matéria-prima é o leite pasteurizado da vaca.

O que difere um iogurte de um petit suisse, por sua vez, é o processo de produção do alimento. No caso do Danoninho ele passa por pasteurização seguida por fermentação e, por fim, concentração do próprio leite da vaca. A massa final se dá após a retirada do soro do leite. É assim que o produto ganha uma consistência mais densa sem perder a alta concentração de cálcio e proteínas.

3. O miojo é frito antes de ser empacotado

Verdade!

Que o macarrão instantâneo não é a melhor escolha dentro de um plano alimentar saudável todo mundo já sabe. No entanto, o que poucos sabem é que o queridinho da alimentação instantânea é frito antes de ser resfriado novamente e embalado lado a lado do seu temperinho.

4. Salsicha possui alta concentração de gordura

Verdade.

A salsicha é na verdade uma “emulsão cárnea” obtida a partir de uma mistura homogênea de sangue, tecidos musculares, vísceras e demais subprodutos animais, além de água, gordura e demais constituintes não cárneos. Todos os compostos são permitidos e adequados para consumo humano.

Dados da OMS apontam que o problema dos alimentos ultraprocessados, como a salsicha, não está neles em si – mas sim na sua elaboração, que leva muito em consideração formas de aumentar a sua conservação nas prateleiras dos supermercados e demais estabelecimentos.

5. Frango é produzido com hormônio?

Mentira.

O uso de hormônios para aceleração do desenvolvimento dos frangos é um grande mito que se popularizou no Brasil há alguns anos. Sendo assim, fique sabendo que o MAPA – Ministério da Agricultura proibe, em Instrução Normativa, a utilização de componentes hormonais na alimentação das aves (seja ela oral ou injetável).

Atualmente, no Brasil, a melhora no crescimento dos frangos se dá por intensa pesquisa no âmbito da engenharia alimentícia que resultaram em melhoramento nutricional, genético, sanitário e do próprio manejo das aves. Os frangos possuem uma dieta rica em micro e macro minerais, além de aminoácidos e vitaminas capazes de satisfazer suas necessidades energéticas e favorecer, com saúde, o ganho de peso.

6. O pacote da batata chips vem muito ar para conservá-la?

Verdade.

Você com certeza já se questionou porque utilizar um pacote tão grande se metade dele (ou até mais) vem vazio.

Prepare-se para saber o porquê: o ar no pacote é utilizado para proteger o alimento dos impactos durante o seu transporte, uma vez que as batatas são muito frágeis e finas.

Outra curiosidade que você provavelmente já notou é que os pacotes das batatas são opacos. Essa característica tem o intuito de garantir a eficiência do oxigênio e, ao mesmo tempo, evitar que feixes de luz entrem na embalagem.

7. Carne produzida com papelão?

Outro grande mito propagado há um tempo em todo território nacional.

A acusação aconteceu após um colaborador de frigorífico afirmar que a prática acontecia no estabelecimento em carnes do tipo CMS (mecanicamente separadas). Esse é o tipo de carne utilizada como base para produtos como, por exemplo, hambúrgueres e salsichas.

No entanto, a fala se referia ao uso de papelão como uma alternativa para embalar essas carnes, prática que de toda forma realmente não condiz com a legislação atual. De acordo com o SIF (Serviço de Inspeção Federal), a embalagem primária deve ser de plástico – e apenas uma secundária pode ser de papelão.

8. A indústria de leite adiciona água para ele render mais

Mito.

Não só mito, como fraude, inclusive. A legislação permite que a indústria desnate o leite, fazendo com que o seu aspecto fique realmente mais aguado – o que estimula esse tipo de análise superficial. No entanto, o processo de desnatá-lo visa apenas produzir diferentes versões para os consumidores, como o leite integral, desnatado e semidesnatado.

Pode então ficar tranquilo (a): a qualidade do leite é fiscalizada desde a ordenha, industrialização, transporte e expedição pelo Serviço de Inspeção do MAPA – Ministério da Agricultura.

Venha ficar por dentro da produção de alimentos com quem entende do assunto!

Agora você já conhece 8 mitos e verdades sobre a produção de alimentos. Gostou desse artigo? Então aproveite para acessar o nosso blog para conferir outros posts como esse, se manter bem informado e saber como podemos te ajudar na sua produção de alimentos.

Somos uma empresa de engenharia de alimentos da UNICAMP e estamos à sua disposição para tirar qualquer tipo de dúvida sobre mitos e verdades da nossa área. Conte com a gente!

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