Agricultura sustentável: preservação, produtividade e qualidade

A cada ano, a população cresce em grande escala, tornando a agricultura sustentável uma das necessidades urgentes do planeta.

Mas o que uma coisa tem a ver com outra? 

É simples!

Como será possível disponibilizar alimentos de qualidade para tantas pessoas no futuro sem prejudicar o ambiente? Com a agricultura convencional, isso certamente não será possível.

Isso porque o sistema tradicional se baseia no uso de agrotóxicos, que representam um  grave risco para produtores agrícolas e consumidores. 

Estudos comprovam os malefícios para a saúde humana da exposição a esses produtos e, por isso, sabe-se que seu uso deve ser evitado ao máximo.

Nesse cenário, também podemos incluir as complicações ambientais, já que os agrotóxicos estão envolvidos na contaminação de solos e águas e podem causar danos aos seres vivos, provocando, em muitos casos, a morte.

Neste artigo, você vai entender melhor o que é agricultura sustentável e como adotar esse sistema garante uma preservação ambiental e maior qualidade dos alimentos. 

Continue acompanhando!

O que é agricultura sustentável?

Agricultura sustentável é quando diferentes agentes econômicos se organizam para produzir e entregar, ao consumidor final, um produto ambientalmente correto, socialmente justo e financeiramente viável. 

Ainda que as estatísticas apontem que possam ser produzidos alimentos suficientes com as tecnologias já utilizadas, há uma grande desigualdade e insustentabilidade na atual produção global e isso tende a aumentar com o crescimento da população.

Essa instabilidade e desigualdade são comprovadas pelas 1 bilhão de pessoas que ainda passam fome no nosso planeta. Sim, é um número chocante, porém muita gente por aí ainda luta para ter o que comer diariamente.

Toda essa desigualdade é resultado do uso desenfreado dos recursos não renováveis, de danos aos ecossistemas e da alta emissão de CO2

Isso revela um cenário em que a aposta desafiadora não está relacionada apenas à produção de alimentos em si, mas também à redução dessas ditas desigualdades, em busca do uso consciente das fontes de energia na agricultura e da preservação da biodiversidade. 

Para auxiliar nesse cuidado com o meio ambiente, surge a agroecologia, que apresenta técnicas e propostas de produção de alimentos que buscam combater a visão atual que se tem na agricultura do Brasil.

Premissas como o cuidado com o solo, o planejamento de cultivo (utilizando conhecimentos ecológicos sobre sucessão de espécies), o plantio de variedades nativas e o uso de interação entre espécies (policultura) estão entre as técnicas utilizadas no modelo agroecológico de produção.

Características práticas da agricultura sustentável

Para que possa ser considerado sustentável, o modelo de agricultura deve garantir que as gerações futuras tenham a capacidade de suprir as necessidades de produção e qualidade de vida no nosso planeta. 

Claro que tudo isso faz parte de uma conscientização também dos consumidores e da capacidade deles de entender essas questões e de ser responsável pelo que leva para casa.

O solo, nesse contexto, é o principal foco de preocupação na agricultura sustentável.

Ele é um recurso natural não renovável que, devido ao movimento de urbanização da sociedade, ao constante crescimento da população e o consequente padrão de consumo e mercado, está sendo explorado acima da sua capacidade de recomposição.

Isso significa que não há tempo hábil e condições para que ele possa se restabelecer e se recompor com condições de alcançar novamente seu potencial de produção.

Com a situação atual do mundo, o desafio é produzir alimentos suficientes para suprir a necessidade de toda a população, estimada em 9 bilhões de pessoas até 2050.

Isso tudo, ao mesmo tempo, preservando e conservando os solos e o meio ambiente em seu máximo potencial.

O cuidado e a manutenção dos solos, para que estejam sempre saudáveis para usufruir de suas funções, são fundamentais para a sobrevivência do planeta e também para que seja possível produzir alimentos saudáveis e sem substâncias maléficas para os seres humanos.

Vejamos, a seguir, algumas práticas possíveis de se adotar que, efetivamente, colaboram para fortalecer essa ideia de agricultura sustentável:

Fazer o descarte correto de embalagens

É muito importante que seja feita a correta destinação final das embalagens vazias dos agrotóxicos utilizados na agricultura. 

As indústrias devem se comprometer a retirar as embalagens nas unidades de recebimento e dar fim a elas corretamente, por meio de incineração ou reciclagem.

Adubação sustentável

A adubação verde se baseia na incorporação de plantas especialmente cultivadas com o objetivo de adubar ou de restos de plantas forrageiras e ervas daninhas ao solo. 

Essa é inclusive uma das formas mais baratas e acessíveis de se repor a matéria orgânica no solo, melhorando suas características físicas.

Ela proporciona aumento na infiltração e retenção de água no solo, o que é bom para a conservação e melhoria da fertilidade do solo. 

Já as técnicas de adubação química, orgânica e calagem são opções necessárias para repor regularmente os nutrientes retirados pelas plantações e manter um nível razoável, já que um solo quimicamente pobre ocasiona a queda de rendimento das culturas e consequentemente redução no nível de proteção da terra. 

O uso de esterco ajuda também na melhoria das características físicas do solo. 

Rotatividade de culturas

Esse princípio nada mais é do que a alternância de culturas em uma determinada área agrícola. 

O objetivo dessa técnica é conseguir o melhor aproveitamento da fertilidade do solo e o aprofundamento das raízes. 

Procura-se, com esta prática, o melhor aproveitamento da fertilidade do solo pelo aprofundamento diferenciado das raízes, a melhoria da drenagem, a diversidade biológica e o controle de pragas e doenças. 

Ao escolher as culturas que entrarão no sistema de rotação, é preciso levar em conta vários fatores: condições do solo, topografia, clima, mão de obra, implementos agrícolas disponíveis, características das culturas e mercado consumidor disponível.

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

O MIP é um arranjo que utiliza técnicas que se baseiam no conhecimento sobre o comportamento e a biologia dos insetos que atuam negativamente sobre a lavoura em questão.

Essa estratégia é formada por um conjunto de técnicas que são utilizadas para o controle de pragas. 

Todas essas ações são validadas por pesquisas e experiências de campo desenvolvidas pela Emater e por outros órgãos.

O objetivo é manter o nível de insetos sempre abaixo do que possa ser prejudicial para a produção.

E isso pode ser feito de várias formas, sendo por meio de outros insetos, uso de feromônios, retirada e queima da parte do vegetal afetada, adubação equilibrada, poda e raleio etc. 

Esse manejo é uma alternativa proposta pela comunidade científica para diminuir o uso de agrotóxicos que, como já é comprovado, tornam os insetos mais resistentes e ainda causam contaminação dos alimentos e do lençol freático quando aplicados fora de controle.

Gostou do tema agricultura sustentável? Essa é uma das metas propostas pela ONU em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Quer conhecer as outras? Leia nosso artigo sobre o tema.

 

Leia o texto revisado clicando aqui.

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