Indústria de Alimentos Naturais: conheças as normas técnicas

As normas técnicas da indústria de alimentos naturais servem para atestar a qualidade dos produtos e garantir que o que o consumidor está levando para casa tenha um grupo de características específicas. Quer ver? Vamos explicar.

Quando um consumidor entra na loja de conveniência do posto ele tem lá diversas opções para alimentação, entre elas estão as coxinhas, os doces, os hambúrgueres e os lanches naturais.

Mas aqui vai a pergunta, se em um lanche nós temos patê de frango, saladas, queijos e pão e no outro temos hambúrguer de frango, salada queijo e pão. Por qual razão nós automaticamente pensamos que um lanche é “natural” e o outro não?

É sobre isso que falaremos a respeito. Além de conhecer as normas técnicas que estão por trás desse ramo da indústria de alimentos, especificamente sobre as certificações necessárias para atestar um produto como “orgânico” ou natural.

Tenha uma boa leitura e aproveite para ver também sobre a nova legislação da gordura trans.

Como funciona o controle de segurança na indústria de alimentos naturais

Via de regra, as empresas buscam as certificações que atestam que seus processos e seus produtos são de qualidade e afirmando ao consumidor que eles são seguros.

O principal fator para a busca pelas certificações é a pressão imposta pelo mercado, pois, muitas vezes, as indústrias – e esse é o caso claro da indústria de alimentos naturais – devem ter todas as certificações necessárias para aquele mercado específico.

Claro que tudo isso está atrelado com o controle de segurança dos alimentos. Vamos falar sobre as certificações em detalhes.

Quais são as certificações necessárias para atuar na indústria de alimentos naturais e orgânicos?

O mercado externo é exigente quando comparado ao nacional, o que cria a seguinte situação: as empresas nacionais devem aderir a essa tendência.

Isso significa que seguir apenas as legislações da ANVISA e do MAPA (o Ministério) podem ser insuficientes para garantir competitividade no mercado.

Certificação de Orgânicos e a indústria de alimentos naturais

Essa é uma questão que gera muitos embates, diversos consumidores ficam se perguntando como saber se um produto é orgânico, natural ou não. Bem, a resposta não poderia ser mais simples.

Para que o produto seja considerado orgânico é necessário que ele cumpra às normas e práticas de produção orgânica de acordo com a Lei N° 10.831/2003. A Certificação de Orgânicos é uma das mais relevantes, tanto nacionalmente, quanto internacionalmente.

Ela garante que a empresa adote técnicas agrícolas por meio de métodos culturais naturais com o intuito de diminuição do uso de agrotóxicos e energias não renováveis.

É simples assim, se estiver de acordo com a lei citada o produto é orgânico, mas caso não esteja, legalmente, ele não é.

Certificação de Unidades Armazenadoras

Ainda falando sobre outras certificações: a Certificação de Unidades Armazenadoras é obrigatória para empresas que prestam serviços de armazenagem de produtos agropecuários e seus derivados para terceiros.

As normativas IN 29/2011, ISO/IEC TD 17.021-3 e IN 22/2017 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) determinam as exigências para obter a certificação.

A avaliação é feita com base em três itens principais, são eles:

  • Elementos técnicos: englobam os equipamentos utilizados para armazenagem e conservação do produto;
  • Documentação: registros de comprovação das operações;
  • Capacitação de funcionários: evidenciação de programas de treinamento.

Lembrando que a certificação de armazenamento é importante também para empresas inseridas na indústria de alimentos naturais. Mesmo que a sua empresa seja apenas uma loja revendedora, é preciso garantir que seus fornecedores tenham todas as certificações.

HACCP – Hazard Analysis And Critical Control Point

A HACCP não é uma certificação. Na verdade, se trata de uma das declarações de conformidade, em português ela é chamada de APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle).

Sendo assim, ela apresenta diretrizes para orientar a melhor gestão dos alimentos.

São indicações que auxiliam na identificação dos potenciais perigos à saúde dos consumidores durante as etapas de produção, determinando medidas preventivas por meio dos Pontos Críticos de Controle (PCC).

Por qual razão prestar atenção na HACCP?

Bem, agora você pode estar pensando que o seu objetivo é manter o foco apenas na indústria de alimentos naturais e talvez a HACCP (que não é uma certificação) talvez não precise da sua atenção agora, nada poderia estar mais longe da verdade.

E o motivo disso é que a HACCP auxilia na implementação da ISO 22000, já que elas compartilham requisitos de controle de riscos, criando um sistema baseado no ciclo de melhoria contínua.

Com isso, torna-se possível a sua aplicação em qualquer organização da cadeia produtiva de alimentos.

E já que mencionamos a ISO 22000, que tal falarmos mais sobre ela?

ISO 22000

A Organização Internacional para Padronização (ISO) existe para criar normas que facilitem o comércio e promovam as boas práticas de gestão e o avanço tecnológico.

Como o nome diz a ISO padroniza técnicas e garante que todas as empresas estejam “jogando” dentro das mesmas regras.

Há também a Associação Nacional de Normas Técnicas (ABNT). Essa é a nossa representante nacional da ISO.

A ISO 22000:2018 é a norma que trouxe requisitos para a segurança na produção de alimentos – o que também envolve a indústria de alimentos naturais.

Segundo ela, a organização precisa demonstrar sua capacidade de controlar os perigos relacionados à segurança alimentar, garantindo um alimento seguro até o consumo humano.

A etapa de controle de perigos é detalhada na especificação técnica (TS) ISO/TS 22002-1:2009, onde se estabelece que os requisitos para a criação, implementação e manutenção de programas de pré-requisitos (PPR).

A ISO 22000 ainda contém diversas normas voltadas para segurança de alimentos, elas estão direcionadas para diferentes aspectos do mercado produtor, vejamos as mais importantes:

  • ISO 22000:2018 – diretrizes gerais para segurança de alimentos;
  • ISO/TS 22004:2014 – diretrizes para a aplicação da norma ISO 22000;
  • ISO 22005:2007 – sobre a rastreabilidade na cadeia alimentar;
  • ISO/TS 22002-1:2009 – pré-requisitos para a fabricação de alimentos;
  • ISO/TS 22002-3:2011 – pré-requisitos para a agricultura;
  • ISO/TS 22003:2013 – fornece diretrizes para organismos de auditoria e de certificação.

Leia em seguida: Projetos Sustentáveis: sua empresa deve investir neles?

Um pequeno resumo sobre a indústria de alimentos naturais

Como você pôde perceber, a indústria alimentícia é regida por uma série de regras e fatores que determinam a qualidade e até mesmo o estoque dos alimentos. E o mesmo pode ser dito sobre a indústria de alimentos naturais.

Para saber especificidades sobre o mercado da sua empresa você sempre pode contar com uma consultoria de gestão de alimentos.

Veja bem, uma consultoria de alimentos não emite certificações. Queremos frisar essa informação: as certificações são emitidas por órgãos regulamentadores responsáveis. 

De todo modo, contar com uma consultoria de alimentos lhe auxilia na manipulação e na armazenagem destes alimentos (para citar duas de tantas qualidades). Itens indispensáveis no cotidiano de todas as empresas que precisam lidar com alimentos, e importantes para a posterior emissão dessas certificações.

Mas e aí gostou de conhecer um pouco mais a respeito da indústria de alimentos naturais? Aproveite para entrar em contato conosco e conferir um pouco mais do que podemos fazer por você e pelo seu negócio.

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