Mercado de Alimentos Vegano e Vegetariano: o que esperar?

Seguindo nossa parceria com o GEPEA, em agosto,vamos aprofundar a conversa sobre os impactos, mudanças e inovações no setor de alimentos vegano e vegetariano.

A parceria entre o GEPEA  e a Food Ventures visa criar um conteúdo rico. Que traga a visão de negócios da Food Ventures e a visão acadêmica da Empresa Júnior.  Boa leitura!

Entendendo melhor o veganismo e o vegetarianismo

Como vimos no texto anterior, existem diferenças entre os dois regimes alimentares – ou estilos de vida, por assim dizer. Se aprofundarmos ainda mais, veremos que mesmo dentro do vegetarianismo e do veganismo existem diversas vertentes.

O site Vista-se explica que os vegetarianos geralmente se dividem em 4 grupos principais: os ovolactovegetarianos, que não consomem nenhum tipo de carne mas consomem laticínios e ovos; os lactovegetarianos, que não consomem nenhum tipo de carne nem ovos; os vegetarianos estritos, que não consomem nenhum tipo de carne, laticínios ou ovos e os veganos.

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Mercado vegano: política no prato

Sim, o veganismo também é uma vertente do vegetarianismo e tomou grandes proporções por sua preocupação com o especismo, a ética animal e o meio ambiente. Portanto, além do regime alimentar, os veganos procuram não utilizar nada de origem animal. Seja em seus vestuários, cosméticos, produtos de higiene pessoal e consumo de lazer.

E o que é especismo, você pode se perguntar. Resumidamente, é acreditar em uma cadeia alimentar onde uma espécie é mais importante do que outra. No caso, seriam os seres humanos que têm direitos sobre os animais pois estes são seres irracionais.

É de extrema importância entendermos que o veganismo é uma postura política e não uma dieta. Qualquer tipo de exploração animal é condenada: o mel das abelhas, turismo com animais (SeaWorld, nadar com golfinhos, etc); maquiagens testadas em animais; roupas e sapatos de couro; gelatina (pois provém de tendões e cartilagens de bois); a lã, travesseiros com pena de ganso, entre outros.

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O mercado vegano e vegetariano atual

Vimos que, de acordo com uma pesquisa do Ibope de 2018, 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos, com esse número chegando a 16% em algumas capitais. Com essas mudanças no estilo de vida dos consumidores, a demanda por produtos saudáveis e conscientes (tanto no social quanto no ambiental) vem aumentando. 

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Isso é representado no mercado de alimentos pelos casos de sucesso, como das marcas norte americanas Beyond Meat e Impossible Burger. Que conquistaram espaço em franquias de lanchonetes famosas com seus produtos. 

A Beyond Meat, por exemplo, emplacou seu hambúrguer à base de plantas no McDonald’s e suas almôndegas veganas no Subway. Enquanto a Impossible Foods teve seu hambúrguer requisitado pelo Burger King – isso nos Estados Unidos e Canadá.

O mercado vegano e vegetariano brasileiro: inovações e alcance mundial.

No Brasil, as foodtechs veganas também têm invadido a indústria de alimentos. Dentre as marcas que ganharam notoriedade podemos citar a Fazenda Futuro, primeira a produzir carne vegetal em território brasileiro. E a NoMoo, produtora de queijos vegetais produzidos com as mesmas técnicas de queijos tradicionais, mas utilizando castanha de caju como principal matéria prima.

A Fazenda Futuro expandiu seu portfólio de hambúrguer para carne moída, almôndega e linguiça (tudo feito com beterraba, ervilha, grão de bico e soja), aumentou sua capacidade de produção e atualmente vem exportando para países da Europa e Dubai.

Outras marcas brasileiras inovadoras que também podemos citar são A Tal da Castanha e UAI Tofu. A Tal da Castanha é uma marca que nasceu em uma empresa familiar com mais de 25 anos de tradição em castanhas de caju e, agora produz leites vegetais com apenas dois ingredientes: água e castanhas de caju orgânicas.

A empresa se orgulha em oferecer produtos sem adição de sal, açúcar e outros aditivos, e originados de forma sustentável por pequenos agricultores familiares. Além disso é livre de glúten, lácteos, soja e colesterol, casando perfeitamente com a demanda dos consumidores atuais.

A UAI Tofu também vem de uma empresa familiar mineira que fabricou queijos durante 50 anos. Há 10 anos um dos filhos decidiu se tornar vegano e, atualmente, a fazenda da família produz apenas tofu – alimento produzido a partir da soja. O interessante é que a mudança não foi apenas comercial, hoje boa parte dos membros da família já são vegetarianos!

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O que esperar para o futuro do mercado vegano e vegetariano

Muitas marcas veganas menores têm utilizado o maior acesso às informações e as possibilidades de marketing através das redes sociais, como o Instagram, para divulgar seus produtos. Por mais qualidade e chamariz que que tenham, o acesso a grandes distribuidores ainda é difícil. 

Esses produtos geralmente são encontrados em empórios e cerealistas, ou são vendidos diretamente pelo marketplace/e-commerce de cada empresa. É o caso da Sora Alimentos, Vegabom e VegWay, para citar apenas algumas. 

A Sora é uma empresa com sede em Salvador – Bahia, que comercializa produtos como massas integrais, queijo vegetal, hambúrguer de soja, chips de proteína e até farofa. Tudo, claro, sem a presença de ingredientes animais.

A Vegabom é uma empresa de Campinas, São Paulo, que vende carnes e queijos vegetais, além de embutidos e salgadinhos. E a VegWay, de Jundiaí, também estado de São Paulo, mantém a mesma linha com suas almôndegas, filés de “peixe” e de “frango” e hambúrgueres vegetais.


Com a crescente tendência do vegetarianismo/veganismo e a adesão do mercado, só podemos esperar que esses pequenos e médios produtores um dia se tornem mainstream, mostrando que as inovações e impactos do setor de alimentos podem vir de um lugar simples: comida saudável, natural e sem exploração.

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