Dia Mundial sem Carne: estímulo às novas dietas

Comemorado em 20 de março, o Dia Mundial sem Carne foi criado nos Estados Unidos em 1985. A data protesto nasceu nos Estados Unidos por meio de uma iniciativa da ONG FARM (Farm Animal Rights Movement), uma organização sem fins lucrativos que defende os direitos dos animais e o veganismo desde 1976.

 

Dessa forma, para se imporem contra os impactos negativos da criação e abate de animais e a favor de uma alimentação sem carne, composta por frutas, verduras, grãos e legumes, os vegetarianos fizeram dessa data um marco no mundo inteiro.

 

De acordo com a FARM, o evento do Dia Mundial sem Carne incentiva as pessoas a deixarem a proteína animal fora de seus pratos e a refletir sobre como esta dieta afeta a saúde humana, a do planeta e a dos animais.

 

Além disso, a data também tem o intuito de divulgar informações sobre o impacto que o consumo de carne causa no ambiente e, ainda, os diversos benefícios de uma alimentação baseada em frutas, verduras, grãos e legumes.

 

Aqui no blog não temos o objetivo de lhe dizer se você deve ou não consumir a proteína animal, mas falar das opções que vegetarianas e veganas que o mercado oferece.

 

​Dia Mundial sem Carne no Brasil

 

No Brasil, o Dia Mundial sem Carne ganhou corpo em 2014, quando a Sociedade Vegetariana Brasileira fez ações conjuntas com mais de 20 restaurantes por todo Brasil com o intuito de incentivar o maior número de pessoas a deixar a carne e derivados do lado de fora do prato.

 

Assim sendo, os restaurantes participantes ofereceram como estímulo até 20% de desconto para todos os clientes em opções selecionadas. Posteriormente, em 2021, foram 21 estabelecimentos espalhados pelo país oferecendo descontos em pratos vegetarianos ou veganos.

 

​Vegetariano X Vegano

 

Com a população cada vez mais engajada na hora de consumir e com o surgimento de mais estudos científicos sobre o tema, o setor alimentício registra a tendência que o número de veganos e vegetarianos aumente nos próximos anos. E isto vale da mesma forma para o Brasil, que registrou um crescimento de 14% no número de brasileiros vegetarianos no último levantamento realizado pelo IBGE.

 

O vegetarianismo é a opção alimentar que envolve a retirada de qualquer tipo de proteína animal e produtos que contenham carne na composição, o que inclui, por exemplo, peixes, embutidos e gelatina.

 

Ademais, uma curiosidade é que a alimentação vegetariana possui algumas vertentes:

 

  • Ovolactovegetarianismo: a pessoa exclui as carnes, mas mantém os ovos e laticínios na dieta;
  • Lactovegetarianismo: são excluídos carnes e ovos, mas mantém o consumo de leite e derivados;
  • Ovovegetarianismo: a pessoa exclui carnes, leite e derivados, mas mantém o consumo de ovos;
  • Vegetarianismo estrito: nessa vertente há a exclusão de todo e qualquer alimento que seja de origem animal ou substâncias que sejam extraídas de animais, como alguns corantes.

 

Você pode saber mais sobre corantes no nosso blog sobre o tema.

 

Em contrapartida, o veganismo, segundo a Vegan Society, é um estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração contra os animais, e não se restringe apenas à alimentação. Dessa forma, o vegano segue “regras” também para o vestuário, produtos de higiene, limpeza, cosméticos, entre outros.

 

​A dieta plant-based

 

Uma tendência que cresceu muito nos últimos anos foi a dieta plant-based. Ela é um conceito alimentar que valoriza o consumo de alimentos de origem vegetal íntegros em abundância, ou seja, que não sejam refinados ou ultraprocessados. Além disso, os adeptos também recomendam a exclusão do consumo de produtos de origem animal como ovos, laticínios e carnes.

 

Sendo assim, como o próprio nome diz, essa dieta engloba todos os alimentos de origem vegetal. Por isso, inclui vegetais, frutas, grãos integrais, legumes, sementes e nozes.

 

Leia na lista a seguir alguns alimentos que são a base da dieta plant-based:

 

  • Leguminosas: feijões, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico;
  • Grãos integrais: arroz integral, milho, trigo em grãos;
  • Tubérculos: batata-doce, inhame e mandioquinha;
  • Hortaliças: frutas, verduras e legumes;
  • Leites vegetais, como o de amêndoa, mas sem açúcar;
  • Chás de ervas;
  • Café descafeinado;
  • Sucos naturais sempre sem açúcar e sem coar;
  • Cogumelos;
  • Temperos naturais: manjericão, alecrim, açafrão, pimenta-do-reino;
  • Oleaginosas: castanhas, amêndoas, nozes, etc.;
  • Gorduras saudáveis como azeite ou abacate;
  • Tofu.

 

queijo tofu representando uma alternativa de dieta sem carne

 

 

​Mercado para plant-based

 

Embora possa parecer novidade, alguns alimentos plant-based já estão presentes nos supermercados brasileiros já há alguns anos. Por exemplo, podemos citar o leite vegetal, produzido a partir de soja, castanha, amêndoa, coco, entre outros vegetais. Mas agora esses produtos começam a sair de nichos de mercado para alcançar um grande número de consumidores.

 

No Brasil, por exemplo, o mercado de plant-based marcou um crescimento anual de 11,1% nos últimos cinco anos, segundo dados da agência Euromonitor. O faturamento do setor, que era de US$ 48,8 milhões em 2015, passou para US$ 82,8 milhões em 2020 – uma alta de quase 70% no período. Para 2025, a estimativa é que o segmento venda US$ 131,8 milhões no Brasil.

 

Além disso, outros dados interessantes são do estudo “O consumidor brasileiro e o mercado plant-based” realizado pelo Ibope em parceria com a The Good Food Institute (GFI), que revelam:

 

  • Que metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne em 2020;
  • Que quase metade das substituições (47%) ainda é feita exclusivamente por legumes, verduras e grãos;
  • E 39% dos respondentes já consomem alternativas vegetais em substituição às animais pelo menos três vezes por semana.

 

​Conclusão

 

Em suma, as mudanças de hábito alimentares já são uma realidade e o mercado brasileiro já começa a mostrar que compreendeu isso. O grupo Nestlé, por exemplo, pretende lançar produtos em substituição a carnes, leite e ovos. Então, para tanto, investiu R$ 400 milhões em pesquisas e lançamentos de opções mais saudáveis nos últimos cinco anos.

 

Outra empresa, a Unilever é ainda mais ousada e pretende aumentar em 1 bilhão de euros, ou cerca de R$ 6 bilhões, as vendas de carne à base de plantas e alternativas aos laticínios em um prazo de cinco a sete anos.

 

Por fim, aqui no blog já falamos sobre estilos de vidas mais saudáveis baseados na alimentação, como a Mood Food, assim como a carne de laboratório e substituições para a proteína animal. Caso queira desenvolver um produto plant-based ou tirar dúvidas sobre o assunto, entre em contato conosco. 

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