Mercado de Alimentos Vegano e Vegetariano e suas tendências

Como vimos nos textos anteriores da parceria com a Food Ventures, o mercado de alimentos vegano e vegetariano está crescendo muito e representa um mercado promissor e novo.

Para finalizar o tema, vamos tratar das tendências dentro desse mercado e como elas vêm crescendo.

Aproveite a leitura!

Leia também depois: “Mercado de Alimentos Vegano e Vegetariano: o que esperar?

Contextualização do mercado vegano e vegetariano

Esse mercado já apresenta diversas iniciativas com grande tendência de crescimento. Grandes empresas já investem e criaram produtos para esse público. A tendência é que, cada vez mais, apareçam ideias inovadoras, como formas de substituir os alimentos de origem animal ou novos produtos adaptados para esse mercado.

Grandes empresas de fast food, como McDonalds e BurgerKing, já apresentam produtos vegetarianos em seus cardápios. A primeira, desde 2018, e a segunda, desde 2015, e ambas alcançaram números altíssimos nas vendas desses produtos. Outro exemplo é a produção e comercialização recente de frango vegetal em lojas do KFC nos Estados Unidos.

Em relação a produtos veganos, a Nestlé tem dois projetos voltados para esse mercado. A empresa fechou um contrato com a TerraVia que prevê o desenvolvimento de produtos à base de algas para sua linha de rações para animais de estimação. O outro, trata-se do apoio que a empresa dá à NoMoo, empresa carioca que produz diversos tipos de queijos a partir de leite de castanha de caju. 

Além disso, no Rio de Janeiro, surgiu um açougue vegano, que já tem filiais em outras cidades, como São Paulo. Os veganos também têm o Dia Mundial do Veganismo para trazer visibilidade ao movimento, que acontece no primeiro dia de novembro. 

Aproveite e leia também: “Alimentos veganos: como conseguir o selo de certificação.

A carne artificial é vegana ou vegetariana?

Quando pensamos em inovação no ramo das carnes, uma das primeiras coisas que vêm em mente, é a produção de carnes artificiais, ou seja, feitas em laboratórios. A carne foi produzida pela primeira vez em 2013, pelo cientista holandês Mask Post, a partir de células animais e por isso não pode ser considerada vegetariana nem vegana. Sua produção diminuiria muito o número de animais afetados pela produção tradicional de carne, porém ainda depende de seu cultivo.

Outro ponto de atenção para tal produção que vai contra o que ambos os movimentos acreditam, é o desperdício e impacto ambiental desse processo. A energia gasta para o desenvolvimento do tecido muscular que será a carne é enorme. Em contrapartida, o desperdício de partes não usadas dos animais não existiria mais, já que seriam produzidas apenas as partes desejadas.

Leia também: “O futuro da alimentação e o papel das empresas do setor

Produtos Plant Based como tendência do mercado vegano e vegetariano

Outro tema muito conhecido quando se trata de alimentação vegetariana e vegana, são os produtos Plant Based, que em tradução livre, significa “à base de plantas”. Essa tendência vem crescendo cada vez mais e apresenta produtos com sabor e textura semelhantes aos de origem animal, como carnes, ovos e laticínios, mas contendo apenas ingredientes vegetais.

Marcas como Fazenda Futuro e Behind The Foods são exemplos de marcas criadas por brasileiros que são referência nesse mercado. A primeira começou como uma startup brasileira, do mesmo criador da marca de sucos naturais “Do Bem”, e hoje ambas pertencem à Ambev. Já a outras é uma empresas começada por um brasileiro nos Estados Unidos.

Apesar de serem opções muito boas para veganos e vegetarianos, esse produtos são referência de uma dieta que não é nem vegetariana nem vegana. A dieta Plant Based não é apenas uma dieta, mas uma filosofia de vida, assim como o veganismo. O que difere os três é bem simples. Os veganos e vegetarianos não comem carnes ou qualquer derivado de animais. 

Já os que seguem a dieta Plant Based implantam uma alimentação saudável e natural, com produtos orgânicos e frescos, protagonismo dos vegetais e a exclusão de industrializados e carnes.  Portanto, apesar de semelhantes em alguns aspectos, principalmente na exclusão de carnes e valorização dos vegetais, o veganismo, o vegetarianismo e a dieta Plant Based são conceitos diferentes.

Leia também nosso artigo no LinkedIn sobre o assunto:  “Tendências de mercado: Produtos Plant Based.

Carne vegana impressa em impressora 3D

A utilização de impressoras 3D para alimentos é um ramo recente e inovador. Trata-se de uma forma diferente de produzir alimentos. A ideia é que, com uma base colocada pelo usuário, a impressora processe essa base, resultando num prato específico. As bases podem variar de nutrientes, massas e diversas outras formas. 

A Foodini, startup espanhola, criou uma impressora capaz de produzir pratos inteiros com cartuchos específicos. Uma técnica parecida com o funcionamento de máquinas de café expresso e outras bebidas.

Voltado para o público vegano e vegetariano, a startup espanhola, NovaMeat, desenvolveu uma impressora 3D capaz de imprimir carnes veganas. A partir de uma combinação de proteínas e fibras vegetais, a impressora conseguiria reproduzir uma carne vegana com aparência, sabor, cheiro e textura semelhante à animal. A carne vegetal é impressa “crua”, possibilitando que o usuário a prepare da forma que preferir

A princípio, a startup produziria cartuchos para impressoras robustas, pensando em restaurantes inovadores que buscam produzir a carne em grande quantidade. Posteriormente, adaptaria seus produtos para pequena escala, atendendo pessoas que querem imprimir a carnes em suas casas. Os primeiros “sabores” dos cartuchos serão: bife de carne de vaca, filé de atum e peito de frango.

Nomenclatura para produtos veganos e vegetarianos

Com o surgimento desses produtos diferentes, é preciso pensar nas legislações e nomenclaturas necessárias para que eles sejam comercializados. Uma tendência forte e que está chegando ao Brasil é de proibir a utilização de termos usados para produtos de origem animal em produtos vegetais.

Termos como “leite de soja”, “salsicha vegana” ou “iogurte vegano” tendem a ser proibidos nos rótulos e embalagens. Isso porque atribuem a produtos de origem vegetal, nomenclaturas de origem animal, como “leite”, “salsicha” e “iogurte”.

Em locais como Mississipi, nos Estados Unidos, e França, na Europa, já foram aprovadas medidas que proíbem essas nomenclaturas. A defesa da medida é uma forma de proteger o consumidor. Afirmam que a utilização de tais termos confundem os consumidores e são propaganda enganosa, já que não se trata de um produto de origem animal, como sugere o nome. 

Além disso, há quem diga que a medida é boa para os movimentos criarem uma identidade própria para seus produtos. Em contrapartida, há quem defenda que a medida como uma forma de enfraquecer e dificultar a venda desses produtos.

Como reflexo dessas aprovações, surgiram, no Brasil, duas medidas semelhantes. A primeira diz respeito a nomenclatura de produtos de origem vegetal que utilizam termos usados para leite e derivados. Ela ainda está no processo de aprovação

A outra diz respeito à proibição da utilização de termos relacionados a carnes em produtos vegetais. Essa foi proposta em 2019 e ainda não foi aprovada. Em resposta, 83 empresas criaram uma campanha vegana mostrando seu descontentamento com a proposta. Essas empresas defendem que as palavras evoluem, assim como a sociedade, e que a ressignificação das palavras de origem animal para ambas as origens também é uma forma de evolução.

Falando em rótulo, confira depois esse conteúdo: “Entenda o processo de como fazer rótulos de produtos alimentícios.


O mercado de alimentos veganos e vegetarianos é novo e ainda tem muito a ser explorado e adaptado. A tendência é que continue crescendo cada vez mais e vale muito a nossa atenção.

Qual é seu posicionamento sobre a questão da nomenclatura? Que outras formas de produção vegana ou vegetariana podem surgir? 

Acompanhe os próximos conteúdos da parceria com a Food Ventures! Cada mês são produzidos conteúdos sobre temas relevantes para a indústria de alimentos!

Acesse nossas redes sociais para mais informações e não percam! 

Mas conta para nós o que achou sobre esse conteúdo e como você acha que essas mudanças vão influenciar a cadeia de alimentos. Entre em contato conosco para conversar e trocar experiências e saber mais sobre nossos serviços e como podemos o ajudar a inovar e se adaptar a essas mudanças.

 

Veja
Também

plugins premium WordPress