Seguindo a parceria entre GEPEA e a Food Ventures, este é o último texto de outubro com o tema locavorismo – consumo local.
Não está familiarizado com o termo? Confira o primeiro texto escrito pelo GEPEA, onde vimos a definição, benefícios e questionamentos do locavorismo, ou consumo local.
A parceria entre o GEPEA e a Food Ventures visa criar um conteúdo rico. Que traga a visão de negócios da Food Ventures em conjunto com a visão acadêmica da Empresa Júnior.
Hoje, abordaremos o tema Locavorismo em grandes cidades Aproveite a leitura!
Grandes cidades: o crescimento acelerado
Durante as últimas décadas, a complexidade das cidades aumentou, bem como sua densidade populacional e expansões geográficas. Dessa maneira, novas formas de adaptação para grandes desafios tiveram que ser implementadas, o que aplicou-se na temática de demanda de alimentos para consumo.
As projeções de crescimento populacional, do aumento do consumo, da expansão das cidades e das restrições no uso de terra fazem com que seja mais presente o debate sobre a incapacidade de atender às necessidades humanas por alimentos. Essa incapacidade gera a demanda do aumento de importações e de distribuição de alimentos para áreas afastadas de sua produção.
Não deixe de ler: “Como acompanhar as transformações no Food System”
Essa demanda dificulta o hábito do locavorismo, ou seja, do consumo de alimentos produzidos na região que dá preferência aos gêneros cultivados nas redondezas e manufaturados por produtores locais. Consequentemente, há uma diminuição na existência de estímulos que poderiam aproximar os produtores e consumidores, diminuindo, também, o consumo consciente.
Percebe-se, dessa maneira que, nas grandes cidades, o paradoxo entre tradição, saberes locais e um cenário em constante mutação é uma característica que desafia esse tipo de filosofia do locavorismo.
Estímulos ao locavorismo que surgiram
Como forma de tentar implementar o locavorismo mesmo em cidades em constante transformação e crescimento, atualmente existem diversas iniciativas que fazem um esforço de aproximar as pessoas dos produtores e incentivar o consumo local.
Feiras de pequenos produtores, hortas urbanas comunitárias e clube de compras são alguns dos exemplos de estímulos que surgiram a fim de promoverem o aumento da tendência da filosofia do locavorismo.
Em Davis, na Califórnia, por exemplo, desde 1976 a cidade conta com uma feira orgânica denominada Davis Farmers Market que possui o objetivo de Educar e envolver o público sobre nutrição, agricultura sustentável e o valor econômico dos produtos.
Para conseguirem atingir tal objetivo, a feira conta com compra de alimentos cultivados localmente e produtos de origem local diretamente de produtores e artesãos. Neste esforço, a Davis Farmers Market Alliance conecta e apoia comunidades, agricultura local, agricultores e produtores artesanais de alimentos.
Cidades Fragmentadas e o Locavorismo
Além dos desafios dos crescimentos acelerados observados nos últimos anos, em grandes cidades observa-se ainda outro tipo de desafio: a falta de coesão social e oportunidades econômicas igualitárias.
Devido a enorme extensão territorial de algumas cidades, acaba sendo difícil o estímulo de consumo de alimentos produzidos nas mesmas: muitas vezes a produção é feita em bairros mais afastados do qual você habita.
Nesse sentido, nas grandes cidades os consumidores acabam preferindo comprar produtos importados mas que estão disponíveis mais perto, como em redes de supermercados.
É necessário que haja um grande compromisso na atualidade de levar todos os elementos essenciais da vida a cada bairro. Isso significaria criar um tecido urbano mais integrado. Onde lojas se misturam a residências, bares se misturam a centros de saúde e escolas a edifícios de escritórios. Estimulando e facilitando o consumo local.
Confira também: “O futuro da alimentação e o papel das empresas do setor.”
Soluções para cidades fragmentadas
Em muitas cidades já observa-se atualmente a movimentação política a fim de incentivar as pessoas que vivem em zonas multibloco, sem carros ou com dificuldade de se transportar, a expandir suas vidas sociais diárias, incentivando o crescimento do varejo, entretenimento e outros serviços de fácil acesso.
Em Portland, Oregon, o planejamento de bairros com distância limitada é visto como fundamental para a ação climática: a cidade pretende cobrir 90 por cento da cidade nos chamados ” bairros de 20 minutos “, onde todas as necessidades básicas – com o exceção do trabalho – pode ser alcançado dentro de um terço de uma hora de caminhada.
Na Austrália, Melbourne, foi lançado um piloto semelhante ao de Portland em 2018. Já Em Londres, a iniciativa pioneira Every One Every Day de East London leva o modelo de desenvolvimento hiperlocal em uma direção ligeiramente diferente.
Trabalhando no bairro mais pobre de Londres, o projeto visa garantir que um grande volume de atividades sociais organizadas pela comunidade, oportunidades de treinamento e desenvolvimento de negócios não estejam apenas disponíveis em toda a cidade. Mas especificamente acessíveis em grande número a uma curta distância das casas dos participantes.
Para saber mais exemplos confira: Prefeito de Paris: é hora de uma cidade de ’15 minutos ‘
Sua cidade adota medidas que estimulam o locavorismo? Vale a pena introduzir ele no seu dia-a-dia? Como você pode agir para mudar o sistema alimentício de sua região?
Chegamos ao fim de mais uma saga de textos e, com isso, muitos conhecimento foi adquirido. Reflita e faça a sua parte para transformar seu ecossistema em uma área mais coesa e sustentável.
Acompanhe os próximos conteúdos da parceria com a Food Ventures! Cada mês são produzidos conteúdos sobre temas relevantes para a indústria de alimentos!
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