Locavorismo: os efeitos da pandemia sobre essa tendência

Seguindo a parceria entre GEPEA e a Food Ventures, em outubro vamos abordar o tema Locavorismo – consumo local

Não está familiarizado com o termo? Confira o primeiro texto escrito pelo GEPEA, onde vimos a definição, benefícios e questionamentos do locavorismo – ou consumo local

A parceria entre o GEPEA  e a Food Ventures visa criar um conteúdo rico. Que traga a visão de negócios da Food Ventures em conjunto com a visão acadêmica da Empresa Júnior. 

Hoje, abordaremos o tema Pandemia e compra em pequenos comércios. Aproveite a leitura!

Efeitos da pandemia no locavorismo

Quando os primeiros decretos de quarentena devido ao novo coronavírus aconteceram, em março deste ano, eu, você e muitas outras pessoas tinham a esperança de que em poucos meses tudo voltaria ao normal.

Agora, com quase oito meses de pandemia e tudo indicando que ainda falta muito para acabar, a maioria das pessoas vem tentando uma readaptação a esse “novo normal”, enquanto se espera pela vacina.

Muito foi discutido sobre os impactos da pandemia da Covid-19, principalmente dentro da economia do país. Os primeiros meses de quarentena apontaram uma queda substancial na atividade econômica e o aumento do desemprego. Como não podíamos sair na rua para consumir coisas e frequentar lugares, os estabelecimentos e funcionários acabaram pagando por isso.

Veja também: “Tecnologias e novidades no contexto pandêmico atual”

Readaptação

Para tentar controlar de alguma forma esse impacto negativo na economia, diversas iniciativas foram surgindo. Uma das iniciativas que se deu em geral pelo país foi de mostrar o quão importante é o consumo orientado. Considerando outros critérios que não apenas a relação custo-benefício. Como, por exemplo, considerar quanto a escolha de consumir em determinados estabelecimentos pode ou não favorecer a economia local.

Como vimos no ultimo texto da série, o locavorismo estimula os pequenos negócios e pode ajudar a desenvolver a economia local, gerando um aumento da visibilidade da cidade e mais oportunidades de emprego para a população.

Além disso, existem alguns fatores discutíveis sobre a sustentabilidade de consumir local, porque os produtos vendidos por pequenos produtores são, geralmente, mais naturais, frescos e próximos do orgânico e a logística utilizada pode diminuir a emissão de gases na atmosfera, visto que a distância entre o consumidor e o local de compra ficará menor.

Não deixe de ler: “Métodos de conservação de alimentos: tudo o que você precisa saber”

Campanhas de incentivo ao locavorismo

Os grandes comerciantes e grandes redes de varejo não são tão afetados quanyo os pequenos e microempresários, pois estes ficam mais vulneráveis à crise econômica por não terem capital reserva e ficarem impossibilitados de trabalhar devido à quarentena.

Pensando nisso, governantes e pessoas ligadas aos setores de consumo deram início a campanhas de incentivo. Com o prolongamento da crise e das medidas de isolamento, a sobrevivência desses pequenos empreendedores vai depender das vendas que conseguirem realizar

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por exemplo, lançou em junho a campanha #TamoJuntoSP, com intuito de apoiar o empreendedor durante a crise da covid-19 ao estimular a população a comprar no comércio de seus bairros.

Outra iniciativa lançada em maio deste ano foi a “Buy Brasil”. Inspirada no “Buy American” (Compre América), que ajudou a economia americana a superar crises como a de 2008 e 2009,  a intenção é acelerar a retomada econômica no Brasil, estimulando o consumo de produtos nacionais. Por trás da campanha estão algumas entidades representativas que fazem parte da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Também criadas com a mesma finalidade, em Pernambuco, a Federação de Indústrias de Pernambuco (Fiepe) lançou a “Escolha Pernambuco”, enquanto o governo do Estado lançou a plataforma “Compre PE” – ambas tentam estimular a retomada da atividade econômica entre pequenos empreendedores e disponibilizar espaços onde eles podem negociar seus produtos e serviços.

Mudança definitiva?

Em pesquisa realizada pela Kantar, empresa especializada em dados, foi revelado que a pandemia de coronavírus alterou o hábito de consumo do brasileiro, fazendo com que as marcas locais ganhassem a preferência do consumidor e fossem compradas com mais frequência.

Também em pesquisa da Kantar, vemos que o delivery ganhou força como serviço essencial. O aumento de consumo nesse canal se deu em 11% – com 9% durante a semana e 10% aos fins de semana. O top 3 categorias mostra em primeiro lugar fast food, seguido por pizzas e em terceiro lugar a busca por pratos e refeições.

Segundo a empresa de dados, esse é um comportamento que veio pra ficar, pois muitos que aderiram ao delivery disseram que após a pandemia continuarão pedindo entregas de refeições.

Não deixe de conferir: “Mintel analisa impacto do coronavírus nos consumidores chineses”

Consumo consciente

Um dos assuntos que mais temos comentado nos últimos tempos é a mudança dos hábitos de consumo e as novas demandas do consumidor. Além do financeiro, questões como o impacto social e ambiental de cada compra também têm influenciado nessa mudanças. Para aqueles que são privilegiados o suficiente para poderem eleger um consumo consciente, é importante ressaltar.

Em pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, em 2018, traçou-se o Panorama do Consumo Consciente no Brasil através do Teste do Consumo Consciente (TCC). E constatou-se que 76% dos entrevistados ainda eram menos conscientes e que o maior nível de consciência tem relação direta com idade, qualificação social e educacional.

Os dados apontam que 24% dos mais conscientes tinham mais de 65 anos, 52% pertenciam à classe AB e 40% tinham ensino superior. O segmento de consumidores mais conscientes (“engajados” e “conscientes”) é formado em maioria por mulheres e pessoas mais velhas. Enquanto os “indiferentes” são, em sua maioria, mais jovem e formado por homens.

Por que consumir local?

Os riscos de contaminação da Covid-19 fizeram com que o consumidor adotasse novos hábitos como compras online e usar meios digitais de pagamentos, e, segundo estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), esses hábitos devem continuar na pós-pandemia.

Pensando nisso, quais seriam as vantagens de passarmos a aderir ao locavorismo? Os benefícios atingem desde o pequeno agricultor até o restaurante da esquina! O site do SEBRAE, que é justamente o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, listou algumas vantagens que reproduzimos abaixo:

1. Promove-se o desenvolvimento social, já que o consumidor ajuda no fortalecimento dos pequenos negócios e, consequentemente, há estímulo para a empresa inovar, melhorar seu desempenho e aperfeiçoar o atendimento.

2. Comprar do pequeno negócio faz o dinheiro circular pelo seu bairro, o que propicia mais desenvolvimento local.

3. O consumo local afeta até o trânsito, já que produz menos deslocamentos pela cidade, além de contribuir para o meio ambiente, com a redução da emissão dos gases poluentes de carros e ônibus.

Acompanhe os próximos conteúdos da parceria com o GEPEA! Cada mês são produzidos conteúdos sobre temas relevantes para a indústria de alimentos!

Acesse nossas redes sociais para mais informações e não percam! 

Mas conta para nós o que achou sobre esse conteúdo e como você acha que essas mudanças vão influenciar a cadeia de alimentos. Entre em contato conosco para conversar e trocar experiências e saber mais sobre nossos serviços e como podemos o ajudar a inovar e se adaptar a essas mudanças.

Veja
Também

plugins premium WordPress